1º Ocupação em defesa da casa comum
Equipe de Comunicação da 1° ODCC
A pandemia da covid-19 nos ensinou bastante. Quem esperava uma postura humanista dos capitalistas em meio a tanta dor e sofrimento, deu com a cara no muro. A transferência de um trilhão e duzentos bilhões de reais, de uma lapada só, dos cofres públicos para banqueiros, a aprovação de mais isenção total de impostos em produtos que assassinam o povo, como o agrotóxico, ocorreram descaradamente enquanto faltava respiradores mecânicos e leitos para quem agonizava por oxigênio.
A natureza e os povos oprimidos do planeta há tempos nos alertam: ou enfrentamos e mudamos a maneira de organizar a vida na sociedade, ou não haverá futuro para a espécie humana.
No Ceará não é diferente, os projetos dos capitalistas avançam sem trégua contra comunidades inteiras. Em Crateús, milhares de famílias estão sendo arrancadas de suas terras, suas histórias, sem seus direitos básicos assegurados, para a construção de uma grande barragem que acumulará água para empresas do agronegócio e para megamineradoras. Em Santa Quitéria, a extração de urânio atira canhões de radioatividade nas pessoas. Água e ar, elementos essenciais à vida, contaminados, levando morte matada bem além das fronteiras visíveis. E tudo feito com muito dinheiro público!
No litoral, grandes construtoras e hotéis invadem, ameaçam de morte e expulsam populações nativas, deixando-as sem eira nem beira. E as chamadas eólicas “offshore” vendem um discurso de “energia limpa” para esconder a destruição e a angústia que provocam em dezenas de milhares de vidas, que dependem da natureza livre para sobreviver. Os projetos, feitos a quatro paredes, entre governos e ricos capitalistas, não levam em consideração a participação popular. E ainda mentem, dizendo que o povo é contra a transição energética. Quando, na verdade, é justamente o contrário: “democracia” sem povo, ditadura do lucro!
Inúmeras cidades, do interior e do litoral, são tomadas por empreendimentos altamente destrutivos, como as fazendas de camarão, em Jaguaruana, que chupam a água do rio Jaguaribe e provocam crises hídricas severas. Governos incentivam os flagrantes crimes acenando com mais “facilitação” de licenças ambientais. O povo já não culpa São Pedro pela falta de água. Enxerga bem a origem de seus problemas e por isso começa a se organizar e a lutar.
Nas periferias da capital, fácil é condenar, difícil é se pôr no lugar. Famílias sem casas, juventude sem perspectiva de dignidade futura, balas perdidas que acertam sempre o mesmo alvo. Se o problema da droga é social e está presente em todas as classes, por que é que, quando fechamos os olhos e ouvimos as palavras “Política de Combate às Drogas”, a imagem que vem à cabeça é a de um jovem preto, pobre e favelado? Por que será?
O capitalismo está destruindo nossas vidas, nosso planeta, nossa Casa Comum! As alternativas que apontam para uma maneira de se relacionar e de organizar a sociedade de forma verdadeiramente sustentável existem aos bocados. A classe explorada e oprimida é muito boa nisso! Contudo, ao invés de incentivadas, são perseguidas, encarceradas, invisibilizadas, difamadas, assassinadas ou até mesmo alimentadas com restos de orçamento público para fins puramente eleitoreiros.
Não nos enganemos: Somos todas e todos impactados! Não nos sabotemos: Ou enfrentamos o problema em sua raiz ou só empurraremos para debaixo do tapete uma bomba, mais poderosas do que todo o arsenal nuclear do mundo junto, que implodirá em nossos colos, nos abraços de nossos filhos.
É por essas e outras que comunidades, organizações populares, movimentos sociais e entidades em geral realizarão nas próximas semanas, em Fortaleza, a 1° OCUPAÇÃO EM DEFESA DA CASA COMUM!
Nosso objetivo é denunciar o câncer dos projetos dos capitalistas em nossa Casa Comum e anunciar, com uma pauta propositiva, alternativas para um novo amanhã. Pauta esta que pretendemos apresentar diretamente para os chefes dos governos estadual e federal, e obter deles os devidos encaminhamentos.
Participe você também! O futuro é agora.
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