2025: mulheres frente ao fascismo

2025: mulheres frente ao fascismo

Por: O Poder Popular ·

Nathália Mozer - militante da Célula Chico Bravo (Nova Friburgo-RJ), membra da Diretoria da Fundação Dinarco Reis e da Comissão Nacional de Comunicação do PCB

2025 mal começou e estamos vivendo novos capítulos nacionais e internacionais de aprofundamento da crise do capital. A burguesia historicamente lança mão de um conjunto de instrumentos de maior repressão e controle, quando não consegue, por seus próprios meios, garantir a manutenção da ordem. Nos últimos anos a ascensão do fascismo coloca em evidência que o difícil tempo histórico em que estamos entrando, para além da exploração e miséria que o sistema capitalista já impõe. A classe exploradora também faz tudo ao seu alcance para que os trabalhadores e as trabalhadoras paguem por todo o custo da crise, sempre!

Na nossa sociedade, em que o capitalismo necessita dos instrumentos do racismo, lgbtfobia e machismo, para manter o controle e opressão contra a classe trabalhadora – os setores oprimidos pagam dobrado pelos custos da crise. No caso das mulheres, por exemplo, em 2023, logo após a importante vitória eleitoral contra o genocida Bolsonaro, presenciamos diversos episódios de intensa misoginia e violência somados a números alarmantes de feminicídios (1.463 em 2023) e do aumento da exploração da força de trabalho feminina.

No que tange ao aspecto do trabalho, segundo dados do Dieese (de março/2024) e da PNAD Contínua, o Brasil contava com 90,6 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, sendo 47,8 dentro da força de trabalho e 42,8 fora. Foram 4,4 milhões de desocupadas e 1,9 milhões de desalentadas, com a maioria sendo mulheres negras. Quando falamos de rendimento médio mensal, os homens brasileiros ganham R$3.233, enquanto as mulheres R$2.562, quase mil reais a menos.

Avançar na luta pelos direitos das mulheres

Em relação aos direitos reprodutivos, não é pouca coisa que imediatamente após a posse de Trump, no EUA, justamente esses direitos comecem a ser atacados e sofram retrocessos. Alguns países já oferecem subsídios para que as pessoas tenham filhos e, ainda que não se manifeste de maneira central, a preocupação com a queda das taxas de natalidade está no norte de inquietações de quem explora a classe trabalhadora. A mera criação de políticas públicas que deem condições aos cuidados com as crianças não resolve o problema. Os ataques aos direitos contraceptivos e reprodutivos ganham caráter de destaque.

Apesar de muitos setores da esquerda avaliarem que essas pautas são instrumento de mobilização moral, esses direitos conquistados com muita mobilização e luta passam longe da esfera da moralidade. A reprodução de força de trabalho é uma necessidade do capital, e direitos que coloquem a escolha dessa reprodução na mão das trabalhadoras, necessariamente não são do interesse daqueles que nos exploram.

Com esse cenário, além das pautas de luta e mobilização já fundamentais para melhora das condições de vida das mulheres, destacam-se: criação de estrutura para acolhimento e cuidado das crianças, restaurantes e lavanderias coletivas (socialização do trabalho doméstico); defesa e ampliação dos direitos das trabalhadoras; ampliação e massificação de políticas para combate à violência contra mulheres; transporte público de qualidade, etc… A defesa intransigente dos direitos reprodutivos vai adquirindo contornos centrais no combate ao fascismo no próximo período, e nós, militantes revolucionários, não podemos nos furtar de atuar nessa trincheira!

Abaixo a fome, a pobreza e a carestia! Pela construção do poder popular! Rumo ao socialismo!

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