A crise ambiental no Amazonas

A crise ambiental no Amazonas

Por: O Poder Popular ·

PCB Amazonas

O Amazonas vive hoje uma das maiores, se não a maior, crise ambiental da sua história, em junho de 2023 iniciava-se o processo de seca do rio Negro, evento que naturalmente ocorre todo ano no estado. Porém com o aumento da destruição da natureza para se obter cada vez mais lucro, junto com o fenômeno El niño, a seca foi agravada de forma nunca antes registrada.

Todo o território amazonense é cortado por rios, tornando o rio uma fonte de sustento e dependendo do município, o único meio de transporte de pessoas e mercadorias; trabalhadores já são prejudicados com a seca habitual, pela omissão do poder público em oferecer condições de sobrevivência no período de estiagem; com intensificação do fenômeno da seca, municípios e vilas alcançaram estatísticas alarmantes.

Segundo o estado burguês, 150 mil famílias e 598 mil pessoas foram afetadas pela seca, esses dados se referem somente aos trabalhadores que estão sem emprego e até mesmo sem comida devido à seca, não refletindo todos os prejudicados de forma “indireta” pela estiagem.

Devido às circunstâncias, todos os municípios do Amazonas já declararam estado de emergência, incluindo a capital do estado (Manaus). Tragicamente a seca bateu todos os recordes, se tornando a maior já registrada na história do estado (registro que ocorre há mais de 118 anos).

A fome se alardou de forma assustadora, pois a seca do rio prejudicou não somente a alimentação e emprego, mas ocasionou o isolamento de muitos municípios e vilas, provocando a escassez de produtos e o aumento dos preços.

Há municípios em que uma cartela de ovos custa mais de quarenta reais, insumo que faz parte do cardápio da maioria dos trabalhadores do país; escolas encerraram seu ano letivo antecipadamente, o que aumentou mais ainda a fome. E o estado, a serviço da burguesia, ajuda de forma quase que inexistente.

Todavia quando a seca começou a prejudicar o sagrado lucro da burguesia, principalmente a industrial, iniciou-se o processo de concessão de férias coletivas em algumas empresas. Nesse momento, o estado começou não só pensar em estratégias, como efetuá-las para diminuir o impacto da seca.

De maneira inegável a classe trabalhadora é a mais afetada e menos lembrada seguindo a norma do sistema capitalista. Com a estiagem, a mídia praticamente se limita a falar somente em como os empresários estão sendo prejudicados e como o lucro com as compras do fim de ano serão afetados pela crise hídrica.

Ainda utilizando a seca que assola os trabalhadores como argumento, a burguesia com a mídia pressionam o estado para repavimentar a BR-319. Essa ação segundo a maioria dos pesquisadores provocaria um desmatamento difícil de se calcular, e estudos realizados afirmam que a repavimentação não traria tanto benefícios como anunciados.

Esses dados e informações são ignorados e poucos divulgados, pois os maiores beneficiados com a repavimentação da BR-319 são os burgueses do agronegócio, apoiados pela mídia liberal e maioria dos políticos do estado, incluído o governador bolsonarista.

Além disso o agronegócio vem aumentando a ocupação no Amazonas a cada ano, incentivado pelo estado que disponibiliza fundos para diversos municípios realizarem eventos chamados de ExpoAgro e fragilizando a supervisão das áreas protegidas.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no mês de outubro, foram registrados 3.858 focos de queimadas no Amazonas. No mesmo período do ano passado, foram 1.503 focos. Tais estatísticas representam um crescimento de mais de 150% em focos de queimadas. Em virtude da intensificação das queimadas o estado está nas vésperas de chegar ao quarto mês tomado pela fumaça, com a população submetida a níveis de qualidade do ar insalubres.

Nesse cenário caótico, o capitalismo mais uma vez se revela como maior inimigo da classe trabalhadora e do planeta. A busca pelo lucro da minoria sobre o prejuízo da maioria vai destruir o planeta, pois o capitalismo precisa estar em constante expansão e isso é incompatível com qualquer pensamento ecológico que limite seu deus (lucro).

Por isso convocamos a classe trabalhadora para uni-vos contra esse sistema insustentável, para se criar uma nova era de justiça, equidade e verdadeiramente sustentável para a classe trabalhadora, protegendo não somente os seres humanos, mas o planeta como todo.

Pelo poder popular e pelo planeta rumo ao socialismo.

Acompanhe todas as mídias do nosso jornal: https://linktr.ee/jornalopoderpopular e contribua pelo Pix jornalopoderpopular@gmail.com

Compartilhe nas redes sociais