Observatório Social do Petróleo

A Petrobrás foi a única petrolífera capaz de perfurar petróleo a oito mil metros de profundidade no pré-sal. Empresas estrangeiras, como a Shell, até tentaram, mas desistiram ao considerar o investimento e esforço arriscados demais. Não é por acaso: tal risco só poderia ser empreendido por uma empresa estatal, menos suscetível às pressões do lucro a qualquer custo.

Neste mês, comemoramos 15 anos do pré-sal, batendo recordes de produção e exportação. É o destaque da reportagem do Jornal da Globo, exibida na última segunda-feira (18).

Por outro lado, cabe ressaltar que ainda persiste um triste papel ao Brasil: o de mero exportador de matéria-prima, condição típica de um país-colônia. Somos autossuficientes na produção de petróleo, mas não em seus derivados.

A entrega de parte expressiva do pré-sal ao estrangeiro, sendo o caso mais grave o leilão de Libra, em 2013, é um grave erro, que se soma a outras medidas lesivas como a retirada da Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal. Aprovada em 2016, pelo governo ilegítimo de Temer, essa medida retirou da Petrobrás a participação mínima de 30% nos blocos de exploração. Anos antes, cabe lembrar, a estatal não tinha apenas direito a uma parcela, mas o monopólio da exploração e refino - quebrado pela gestão neoliberal de FHC, em 1997.

Atualmente, como demonstrou em reportagem o site Sputnik Brasil, o país exporta volumes recordes de petróleo cru, que atingem os 1,5 milhão de barris diários, o equivalente a 45% da produção nacional. Cerca de 60% dessa exportação são realizadas por empresas estrangeiras, com destaque para a britânica Shell.

Essa estrutura colonial só será revertida com a construção efetiva de uma Petrobrás para os brasileiros. Isso se faz suspendendo os leilões do petróleo e revertendo a privatização de ativos valiosos, muitos deles vendidos na gestão Bolsonaro, como BR Distribuidora, Liquigás e refinarias.

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