A maior Chacina em uma favela da história do país é do governo Cláudio Castro
Agência de Notícias das Favelas
A confirmação de 64 mortos na operação policial de hoje nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, escancara o nível de violência do Estado nas favelas cariocas. O episódio, que já é classificado por organizações de direitos humanos como uma chacina, se tornou a operação mais letal da história recente do Rio.
Até então, o recorde de mortes em um único dia era da operação no Jacarezinho, em 2021, que deixou 28 mortos (27 civis e 1 policial). Agora, a tragédia nos complexos da Penha e do Alemão supera esse número, marcando um novo e trágico capítulo na história da violência policial brasileira.
Segundo informações oficiais, quatro dos mortos eram policiais e os demais, segundo a polícia, seriam suspeitos de envolvimento com o tráfico. Para entidades civis, o número elevado de mortos não pode ser tratado como “efeito colateral”, mas como resultado de uma política de segurança pública que continua mirando os corpos pretos e pobres das periferias.
A chamada “Operação Contenção” mobilizou mais de 100 mandados de prisão e envolveu aparatos pesados de segurança. Os confrontos foram intensos: moradores relataram trocas de tiros, uso de drones com explosivos e focos de incêndio em vias próximas às favelas.
No ranking nacional, a tragédia só fica atrás do Massacre do Carandiru (SP, 1992), quando 111 presos foram mortos pela PM dentro da Casa de Detenção de São Paulo.
O histórico da violência policial no Brasil mostra que o padrão se repete:
• Carandiru (SP, 1992) — 111 mortos (detentos).
• Complexo do Alemão (RJ, 2007) — 19 mortos.
• Fallet/Fogueteiro (RJ, 2019) — 15 mortos.
• Jacarezinho (RJ, 2021) — 28 mortos.
• Vila Cruzeiro / Complexo da Penha (RJ, 2022) — 23 mortos.
Com os números atuais, a Operação Contenção entra para a história como símbolo da letalidade policial no país, um retrato cruel de como a política de segurança pública no Brasil segue sendo uma política de morte nas favelas.
O episódio acende debates urgentes sobre segurança, desigualdade, Estado de Direito e justiça. Uma tragédia dessa magnitude exige que as autoridades não apenas contabilizem os mortos como dados, mas reconheçam cada vida como sinal de falha, de urgência e de reparação.
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