A torre de Babel do Cariri: Concurso Público da URCA é marcado pela desorganização

Por: Redação ·

No domingo de 6 de novembro, candidatos às 184 vagas para o cargo de Professor do Magistério superior para a Universidade Regional do Cariri se submeteram à prova dissertativa, primeira etapa do processo. O estado geral de desordem que segue até o momento é um teste de resiliência para os candidatos.

A desordem do processo começou bem antes, quando o edital 005/2022 teve que ser retificado pela ausência da previsão de vagas destinadas aos cotistas, sendo então republicado como edital 009/2022 após trâmites legais. Mantendo a linha desorganizativa, os candidatos que realizaram suas provas dissertativas não sabiam, até o momento, quem seriam os professores que comporiam as bancas avaliativas das suas áreas de conhecimento. E o pior, até a data de hoje, muitas áreas seguem sem essa informação.

Pelo edital, após 24 h da realização das provas, os candidatos teriam acesso ao espelho, algo que até agora – 5 dias depois – ainda não foi publicado para muitas áreas porque, repito, não há banca avaliadora. Segundo relatos, a ausência de professores sem conflito de interesses é o motivo pelo qual não há banca para determinados setores. A pergunta que fica é: Por que, então, não houve o adiamento do pleito até que todas as bancas estivessem compostas?

Não bastasse a confusão até então, algo mais grave aconteceu. A candidata Bruna Almeida, ao receber a notícia na última quarta-feira (09/11) de que não sido selecionada para a prova didática, etapa subsequente do pleito, acessou o site do concurso para consultar a sua nota. Para sua surpresa, no entanto, nenhuma nota lhe foi atribuída. A candidata tentou contato com a comissão do concurso via telefone e e-mail, mas não obteve resposta. Apenas quando foi presencialmente ao campus conseguiu ter o seu questionamento ouvido, mas não solucionado. Chegaram, inclusive, a questionar se ela havia feito realmente a prova, algo facilmente atestado pelo comprovante que a candidata apresentou. Mesmo diante dessa situação, Bruna saiu do campus Pimenta sem resolução do seu problema e, por isso, decidiu procurar o Ministério Público do Ceará que a orientou a procurar o judiciário.

Na tarde do dia 11 de novembro, a Comissão Coordenadora do Concurso Público divulgou no site do pleito a Ordem de Serviço 04/2022, em que reconhece que alguns candidatos das áreas Didática Geral, Teoria Geral do Direito, Teoria Geral do Processo, Metodologia do Ensino da Educação Física Escolar, Ensino Fundamental, Assistência de Enfermagem, não tiveram suas notas publicadas. Evidenciando, mais uma vez, a falta de organização do concurso.

Além desse caso específico, qualquer cidadão pode constatar na página do concurso que diversos documentos que são publicados e logo em seguida republicados em decorrência de uma retificação, o que eleva o grau de instabilidade num processo que deveria ser rigoroso.

A educação pública nas instituições de Ensino Superior do estado do Ceará só tem a ganhar com a contratação de professores efetivos no seu quadro. Por isso, um concurso em que tantas vagas estão no processo de preenchimento deve ser realizado com o mais alto rigor no cumprimento das normas, diferente do que tem sido observado. Além disso, a falta de transparência e os ruídos na comunicação são um desrespeito aos tantos inscritos. Pessoas academicamente qualificadas e comprometidas que se deslocaram de vários lugares do Brasil na busca pela estabilidade.

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