Acampamento do MST é alvo de novo incêndio criminoso em Dourados, Mato Grosso do Sul
Rita Barbosa, militante do PCB MS
Ocorrido nesta quinta (29), esse é o segundo ataque do mesmo tipo em menos de trinta dias. As agressões ao acampamento Esperança intensificaram depois do início das ações públicas de solidariedade à luta Guarani e Kaiowá na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica. Episódio se soma a uma série de atos violentos que vêm sendo praticados na luta pela terra na região da Grande Dourados.
Um acampamento do MST foi alvo de ataques incendiários nesta quinta-feira (29), em Dourados, Mato Grosso do Sul. Conforme relatos das famílias locais, um carro não identificado foi responsável por atear fogo e iniciar o incêndio criminoso nas dependências do acampamento. O ataque é o segundo, em menos de um mês, ao acampamento Esperança.
O acampamento Esperança está localizado no município de Dourados, em Mato Grosso do Sul, às margens da rodovia MS-379. Com aproximadamente 270 famílias, o acampamento é sede de práticas em agroecologia e tem se firmado enquanto uma das principais forças aliadas à luta Guarani e Kaiowá na Terra Indígena Panambi - Lagoa Rica. A aliança campo-florestal, contudo, tem sido alvo de retaliações e violências graves por parte dos fazendeiros e proprietários de terras da região.
Desde o início das ações de apoio e solidariedade às lutas de retomada, tanto as comunidades Guarani e Kaiowá quanto as famílias do acampamento sofreram ataques armados e incendiários pelas forças paramilitares do agronegócio. No último mês, foram pelo menos três investidas contra as pessoas indígenas na TI Panambi - Lagoa Rica, deixando pelo menos 10 pessoas feridas, duas em estado grave com lesões críticas por projéteis de arma de fogo.
Conforme vídeos publicados na internet, neste ataque mais recente o incêndio se alastrou dentro do acampamento Esperança, atingindo e destruindo parte das casas das famílias acampadas. Não houveram relatos de feridos, porém isso não abafa a gravidade do ocorrido - mais uma vez, as comunidades e organizações populares dos campos e florestas estão sendo agredidas e ameaçadas na luta pela terra em Mato Grosso do Sul.
O cenário que se instala é cada vez mais temeroso, e a perspectiva não é de melhora, afinal o Estado continua negligenciando sua responsabilidade com as pessoas e famílias dos campos, florestas e águas, tanto a nível nacional quanto a nível estadual. Nesse contexto, cabe aos povos, aos movimentos sociais, às comunidades tradicionais e às demais organizações populares o estabelecimento de uma frente ampla de resistência e solidariedade mútua, contra o Capital, contra o agronegócio e contra o genocídio dos povos indígenas.
Toda solidariedade à comunidade do acampamento Esperança.
Toda solidariedade às famílias Guarani e Kaiowá.
Pela autonomia das populações dos campos, florestas e águas,
Pelo direito à terra, pela soberania alimentar e pelo poder popular,
Lutemos, camaradas!
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