Depois de sete dias de luta, e com o anúncio da votação online realizada pela categoria, que aprovou por mais de 70% a terceira e última proposta apresentada em reunião no TST, foi encerrada a greve nacional dos aeronautas, organizada pelo SNA – Sindicato Nacional dos Aeronautas.
Em jogo, estavam os três anos sem reajuste salarial, as conquistas históricas da convenção coletiva de trabalho, o desrespeito às horas de descanso e aos dias de folga e, principalmente, a dignidade da categoria, que tem assistido ao aumento da taxa de lucro das empresas frente à redução da própria massa salarial.
O preço exorbitante das passagens aéreas e a piora geral das condições de vida e trabalho em nosso país criaram uma atmosfera positiva para a luta, pois fomentaram olhares e palavras solidárias dos passageiros, das pessoas que circulavam no saguão dos aeroportos e de diversos companheiros de trabalho, aeroviários e aeroportuários, que se solidarizavam e se identificavam com o movimento, também indignados com seus baixos salários, com péssimas condições de trabalho e com a fragmentação e desorganização de sua própria categoria.
Os aeronautas, que lutaram nestes dias de greve, a qual ocorria das 6h às 8h da manhã, além de receberem solidariedade, também enfrentaram os patrões, a justiça do trabalho, a presença intimidativa da polícia militar e, principalmente, uma conjuntura reacionária dentro e fora da categoria.
Enfrentaram também a ausência de muitos colegas de trabalho que, infelizmente, ainda não perceberam que melhores salários, condições de trabalho e direitos não caem do céu.
Em termos de balanço, podemos afirmar que a greve foi encerrada com um saldo positivo, com a reposição do INPC mais 1%, com as conquistas da CCT – Convenção Coletiva de Trabalho mantidas e com o acréscimo de dispositivos para garantir a organização e a manutenção das folgas.
No entanto, avaliamos que o mais importante saldo deste movimento foi político, pois a categoria retomou corajosamente a greve como forma de luta, fortaleceu a tese sobre a importância de um sindicato nacional unificado e conseguiu, de forma inovadora, se comunicar com a base com celeridade e eficiência, tanto presencialmente como por meio das redes sociais.
Termino, por aqui, dizendo que foi um imenso prazer compartilhar estes momentos de luta com os aeronautas, e que tanto eu quanto os demais comunistas continuaremos juntos com esta categoria, que é mais do que estratégica.
Para o alto e avante, camaradas!
Cássio Canhoto
Secretário Sindical do PCB
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