Por UJC Ceará
UJC em defesa das famílias diretamente atingidas pela Barragem de Fronteiras, contra o projeto que só favorece a burguesia
No município de Crateús, mais de 200 comunidades sofrem diretamente com a construção da Barragem de Fronteiras na região.
O projeto de construção da barragem, que se arrasta por décadas, teve seu início em setembro de 2017. Os moradores da cidade, um dos municípios que mais sofre com a falta d'água no Ceará, aguardam ansiosos a tão sonhada obra que promete resolver a questão hídrica não só do município, como de toda a região. Aqueles que detém o poder político, vendem a ideia que chegará água potável, que servirá também para a produção agroecológica além dos milhares de empregos que seriam gerados a partir da construção da barragem.
Mas será que de fato é isso que irá ocorrer? Na verdade, a construção da barragem, nos moldes em que se encontra, acarreta diversos problemas de cunho histórico, social e ambiental.
A água será destinada quase exclusivamente para a lavagem de minério, tendo em vista que cidades como Santa Quitéria, Quiterianópolis e Ipaporanga possuem minas de exploração, além de atraírem e beneficiar o agronegócio, que chegará forte na região. Para as famílias diretamente atingidas, resta serem expulsas dos locais onde ali viveram seus antepassados, deixando para trás toda história e subjetividade contida nessas localidades e sem nenhuma garantia de seus direitos básicos.
A maioria das indenizações prometidas ainda não foram pagas, mesmo com a obra muito próxima de ser concluída, e por conta da demora necessitam de um reajuste no valor. Como impacto ambiental fica o envenenamento da água, do ar e dos rios - alguns já poluídos -, que a curto-médio prazo atingirá também os moradores.
Para amenizar os impactos sofridos, é necessário que se cobre do poder público, principalmente dos governos federal, estadual e municipal, que os direitos das famílias sejam assegurados, e que a água venha apropriada para consumo e produção saudável do povo, que sirva às suas necessidades.
A União da Juventude Comunista se junta à luta puxada pelas famílias imediatamente atingidas e suas organizações parceiras, a fim de alterar o caráter do projeto que de maneira alguma favorece a população crateuense.
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