Redação Opera Mundi

Em cúpula na Venezuela, presidente anfitrião Nicolás Maduro também defendeu a recuperação da aliança Petrocaribe

A 24ª Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) foi finalizada neste sábado (14/12), em Caracas, com evento que teve, como ponto destacado, a declaração do presidente anfitrião, Nicolás Maduro, de que a entidade passou a incorporar a Palestina como membro, na qualidade de “convidado permanente”.

Em seu discurso, Maduro afirmou que “esta decisão foi tomada por unanimidade e demonstra o compromisso da ALBA com o povo palestino, com a defesa de uma Jerusalém livre dos interesses das elites imperialistas, belicistas, fascistas”.

A ALBA-TCP foi fundada em 2024 por iniciativas de Hugo Chávez, então presidente da Venezuela, e de Fidel Castro, histórico líder da Revolução Cubana e então presidente de Cuba, com o objetivo de integrar os diferentes processos de transformação em curso na América Latina.

Atualmente, a aliança é composta por dez países considerados membros plenos: Antigua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Nicarágua e Venezuela.

A Palestina, a partir de agora passa a ser o décimo primeiro membro, mas com status diferente, de “convidado permanente”. Também se torna o único membro da entidade que não faz parte das Américas.

No entanto, há quatro países que participam da ALBA-TCP como “países observadores”, dois deles do Oriente Médio: Síria e Irã – o status sírio poderia mudar em breve, devido às mudanças políticas no país. Os outros dois Observadores são Suriname e Haiti.

No documento final da cúpula, os dez membros plenos da ALBA-TCP afirmam sua posição de “total repúdio aos terríveis crimes contra a humanidade que foram cometidos na Faixa de Gaza e nos territórios palestinos ocupados ilegalmente”.

Em outros trechos, a entidade diz “rechaçar categoricamente o genocídio cruel e desumano cometido pelo Estado de Israel”, e classifica a ação impulsionada por Tel Aviv desde outubro de 2023 como “um plano de pilhagem, invasão e dominação”.

Petrocaribe

Além da incorporação da Palestina, a cúpula da ALBA-TCP também foi marcada pela proposta defendida por Maduro e por outros presidentes participantes de recuperar a Petrocaribe, uma aliança criada em 2005 por Hugo Chávez para fomentar o comércio de Petróleo entre a Venezuela e os países da América Central e do Caribe.

Oficialmente, a Petrocaribe nunca deixou de existir, mas suas atividades foram suspensas, desde 2019, quando Caracas passou a dar menos prioridade ao organismo para enfrentar outras ameaças.

Durante o evento deste sábado, o mandatário venezuelano disse que pretende “retomar a Petrocaribe em uma nova modalidade, para investir em petróleo, gás e derivados com empresas conjuntas”.

“Um dos principais beneficiados com esses projetos será o Haiti. Conheci muitas regiões do Haiti quando era chanceler. O Petrocaribe foi parte importante da relação entre Venezuela e Haiti. Os tempos de paz, trabalho e prosperidade voltarão ao Haiti. Esse é um dos desafios e uma das metas da ALBA, que já tem todas as orientações para o país, vítima da exploração, do colonialismo e do imperialismo”, acrescentou.

* Com informações de Infobae e Brasil de Fato.

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