Antissionismo não é Antissemitismo

Antissionismo não é Antissemitismo

Por: O Poder Popular ·

Por Arlene Clemesha - Professora Dra. de História Árabe do Departamento de Letras Orientais da USP. Diretora e membro fundador do CEPal - Centro de Estudos Palestinos da FFLCH/USP

O que é o Antissionismo?

É a oposição à doutrina política e ideológica que leva o nome de sionismo, surgida no século XIX, que propunha a colonização da Palestina por judeus da Europa.

Desde a primeira metade do século XIX, antes do surgimento do movimento sionista judaico, a ideia sionista podia ser observada entre certos religiosos cristãos , e membros proeminentes das elites imperialistas europeias, que acreditavam que a transferência dos judeus, da Europa para a Palestina, aceleraria a vinda do messias.

No final do século XIX, o crescimento da perseguição aos judeus da Europa fez com que a ideia sionista fosse articulada por intelectuais como Moses Hess e Leo Pinsker, que forneceram as bases para o surgimento de um movimento nacional judaico que propunha a criação de um Estado judeu como forma de proteger os judeus da perseguição que sofriam na Europa.

No final do século XIX, então, o sionismo tornou-se expressão de um movimento nacional judaico que defendia a colonização da Palestina para a criação de um Estado judeu fora da Europa.

Nos anos 1890, o movimento sionista implantou-se na Palestina, que era parte do Império otomano e a região sul da Grande Síria; organizou a imigração, e colocou em prática um colonialismo de assentamento, criando colônias agrícolas em detrimento da população árabe palestina que ali vivia há séculos, fornecendo assim as bases materiais, políticas, e ideológicas, para a criação do Estado de Israel em 1948.

Portanto, o movimento sionista é ao mesmo tempo um movimento nacional e colonial, onde um é inseparável do outro.

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