Aumento dos combustíveis impulsiona a crise
A classe trabalhadora amarga mais um aumento dos combustíveis, anunciado na sexta-feira (11/03). Segue sendo aplicada a política econômica adotada inicialmente pelo governo Michel Temer, em 2016, do Preço de Paridade de Importação (PPI), que equipara o valor dos derivados do petróleo ao Dólar. O aumento no diesel foi de 25%, na gasolina de 16%, e o gás de cozinha subiu 16%. Segundo o IBGE, em 2021, os combustíveis acumularam um aumento de 47%.
Os aumentos constantes dos combustíveis acabam atingindo como uma bomba os taxistas e trabalhadores do setor de transporte por aplicativo. Mesmo com a aprovação do auxílio-gasolina pelo Senado na quinta-feira (10/03), a ajuda de custo de R$300 (trezentos reais) é insuficiente para esses trabalhadores. Segundo o relato de alguns trabalhadores do setor: “Somando os valores da manutenção do veículo com o que é gasto em abastecimento, estamos quase pagando para trabalhar! Está ficando inviável ser motorista de aplicativo!”.
Os caminhoneiros apresentam também grande insatisfação. Alguns setores passaram a ensaiar uma tentativa de greve, mas algumas lideranças do movimento grevista de 2018 recuaram, apontando que o problema do aumento do diesel vai afetar toda a sociedade. “Essa situação vai refletir em todo mundo, pois esse aumento vai ser repassado. Ninguém vai trabalhar com prejuízo”, declarou Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
Os moradores das periferias das principais cidades do país já estão sofrendo as consequências desse aumento, pois já existem relatos de cidades onde o botijão de gás está custando R$150,00 (cento e cinquenta reais)! Muitas famílias, que já estão em situação crítica com o aumento do desemprego e a elevação do valor da cesta básica, recorrem ao fogão a lenha para conseguir sobreviver quando conseguem alimentos.
Com a economia totalmente globalizada, a guerra na Ucrânia influi na desvalorização do Real perante o Dólar e a elevação do preço do barril do petróleo, já que foi mantida a prática da PPI pelo governo Bolsonaro. A tendência é que essa crise acabe avançando e reduzindo ainda mais o poder de compra da classe trabalhadora. E mesmo os setores que estavam buscando uma saída de sobrevivência com a chamada “uberização” agora estão também jogados dentro do cenário de crise permanente.
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