CARTA ABERTA: EM DEFESA DE UMA CHAPA DE OPOSIÇÃO NAS ELEIÇÕES DO SINDICATO

CARTA ABERTA: EM DEFESA DE UMA CHAPA DE OPOSIÇÃO NAS ELEIÇÕES DO SINDICATO

Por: O Poder Popular ·

OPOSIÇÃO BANCÁRIA RIO DE JANEIRO

Na última campanha salarial, a Contraf/CUT e a direção majoritária dos maiores sindicatos do país, incluindo o Sindicato dos Bancários do Rio, demonstraram de forma gritante que não representam a categoria bancária. Apesar da categoria ter demonstrado vontade de lutar, tendo inclusive entrado em greve em vários Estados e no BB aqui no Rio, essa direção do Sindicato encerrou a campanha salarial aceitando acordos extremamente rebaixados. O reajuste de 4,64% foi muito aquém do que poderíamos ter conquistado, além de não refletir a inflação real e tampouco os lucros que produzimos para o sistema financeiro.

Nos bancos privados, não vemos uma luta real contra as demissões e contra a precarização das condições de trabalho. Apesar de representar menos de 1% dos trabalhadores com carteira assinada no país, a categoria bancária representa hoje 25% dos afastamentos acidentários por doenças mentais no INSS. As condições de trabalho, a pressão das metas e o assédio moral têm causado uma verdadeira epidemia de doenças mentais na categoria e essa direção sindical não reage à altura da situação. Este debate passou longe da campanha salarial e não se refletiu nos acordos assinados.

No BB, foi incluída no ACT uma reestruturação que está sendo implementada neste momento, com redução de dotação das agências, fim da função de caixa e substituição das funções de asneg e supervisor de atendimento por outras funções chamadas “transversais”, nas quais o funcionário se tornará um verdadeiro “faz tudo”, piorando as condições de trabalho e afetando ainda mais a saúde dos funcionários. E pior: o BB tentou normatizar no ACT a demissão sem justa causa, a pedido e com apoio da Contraf/CUT. Foi apenas pela categoria ter se insurgido contra a direção, rejeitando a inclusão dessa cláusula, que esse ataque foi impedido.

Na Caixa, a Direção do Sindicato aceitou que a empresa nos empurrasse goela abaixo a confirmação do Acordo nefasto do Saúde Caixa que o Rio rejeitou duas vezes, além de acatar propostas que retiravam direitos históricos, especialmente dos caixas, tesoureiros e colegas que trabalham em digitação de dados. A avassaladora rejeição da categoria a essa postura conciliadora obrigou a Caixa e a Contraf a retomarem a negociação e ao final fecharem um acordo fraco e ruim, mas que ao menos não continha estes retrocessos.

A existência dos sindicatos é uma conquista histórica da classe trabalhadora do Brasil e do mundo. Sem eles, não teríamos os acordos coletivos que regulam várias questões da relação de trabalho, o reajuste salarial e a organização necessária dos trabalhadores para fazer frente à sanha de lucros dos patrões.

No entanto, para que os sindicatos cumpram seu papel é imprescindível que tenham direções comprometidas de fato com a categoria. E não é isso que temos visto, especialmente na última campanha salarial. Os ataques e desrespeito dos banqueiros e dos bancos públicos teve como “resposta” das direções sindicais... tuitaços e atividades na porta das agências bancárias. Isso não é luta: é agitação. A agitação sindical é importante para impulsionar a luta, mas não pode substituir a luta coletiva organizada.

Neste quadro, escutamos colegas dizendo que querem sair do sindicato. Isso só piora a situação: ao contrário de nos afastarmos do sindicato, precisamos retomá-lo como nossa entidade que tem a importante tarefa de organizar a categoria e travar as lutas atuais e futuras, para a melhoria das condições de trabalho, o fim do adoecimento físico e mental dos bancários e para que a nossa remuneração e direitos reflitam o que produzimos para os bancos.

Para conquistarmos vitórias e sairmos da defensiva, nossa luta tem que ser coletiva e, para isso, é fundamental termos direções sindicais comprometidas com a defesa dos trabalhadores.

Em abril haverá eleição para a diretoria do Sindicato do Rio. Fazemos um chamado aos bancários e às bancárias do município do Rio de Janeiro pela construção de uma chapa de oposição à direção majoritária que se encontra hoje no nosso sindicato. Queremos um sindicato democrático, independente dos banqueiros e do governo, com atuação pela base e que organize as lutas, fortalecendo a categoria bancária.

BASTA DE ASSEDIO MORAL E ADOECIMENTO!

CHEGA DE ACORDOS REBAIXADOS!

RETOMAR O SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO RIO PARA A LUTA!

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