CIMI denuncia na ONU a violência contra os povos indígenas

Na 49º Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidos (ONU), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) denunciou, na terça-feira (22/03), o aumento da violência contra os povos indígenas no Brasil.

O secretário do CIMI, Antonio Eduardo Moreira, apresentou os dados copilados pelo “Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil”. O documento embasou a denúncia sobre o aumento significativo da violência contra os povos indígenas no governo Bolsonaro (PL). A diferença entre o primeiro e o segundo ano de governo foi de 61% (113 casos de assassinatos a mais). Entre 2018 e 2020, os casos de invasões em terras dos povos originários subiram 137%.

“Aumentaram as invasões e a exploração ilegal dos recursos naturais nos territórios indígenas, principalmente por madeireiros e pela mineração, afetando ao menos 201 terras indígenas no Brasil”. Segundo Antonio Moreira, “a paralisação da demarcação de terras indígenas é o principal vetor para todas as demais violações em curso”.

Essa foi a quinta participação do CIMI na Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que está acontecendo em Genebra (Suíça) de forma híbrida de 28 de fevereiro e vai até 1º de abril de 2022. “Solicitamos a esse Conselho que tome ações urgentes para barrar estas atrocidades em curso contra os povos indígenas no Brasil”, declarou Antonio Moreira.