Congresso da Confederação Europeia dos Sindicatos

Congresso da Confederação Europeia dos Sindicatos

Por: O Poder Popular ·

Polo do Renascimento Comunista na França

– E, cereja no topo do bolo, terão tribuna livre durante o congresso [da CES]: Kai Wegner, presidente da Câmara de Berlim da CDU, partido de centro-direita (!), Olaf Scholz, chanceler federal alemão (!!) e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia !!! Este é o cenáculo proletário que augura bem o espírito de luta que presidirá a estas reuniões "sindicais"!

Enquanto os críticos da FSM (Federação Mundial dos Sindicatos) a difamam acusando-a, sem qualquer fundamento, de supostas ligações com as autoridades sírias e iranianas, com a estratégia de reduzir os sindicalistas da Europa à muito amarela CSI (Confederação Sindical Internacional) e à CES (Confederação Europeia de Sindicatos), a lista de oradores do XV congresso desta última [1], realizado em Berlim, de 23 a 26 de Maio, não deixa dúvidas quanto ao seu caráter totalmente reacionário e à sua total subserviência ao grande capital europeu e à eurocracia de Bruxelas.

Durante o congresso desfilarão na tribuna para intervir ou discutir:

-Pedro Marques, vice-presidente do Grupo S&D no Parlamento Europeu;

-Terry Reintke, co-presidente dos Verdes/ALE no Parlamento Europeu;

-Martin Schirdewan, co-presidente do Grupo da Esquerda Radical no Parlamento Europeu;

-Markus Beyrer, Diretor Geral da Business Europe;

-Evelyn Regner, Vice-Presidente do Parlamento Europeu;

-Oliver Röpke, Presidente do Comitê Econômico e Social Europeu;

-Lucie Studničná, presidente dos grupos de trabalhadores do Comitê Econômico e Social Europeu;

-Nicolas Schmit, Comissário Europeu para o Emprego e os Direitos Sociais;

-Dennis Radtke, deputado ao Parlamento Europeu;

-Agnes Jongerius, deputada ao Parlamento Europeu;

-Sara Matthieu, deputada ao Parlamento Europeu;

-Stefan Löfven, Presidente do PSE.

E, cereja no topo do bolo, terão tribuna livre durante o congresso: Kai Wegner, presidente da Câmara de Berlim da CDU, partido de centro-direita (!), Olaf Scholz, chanceler federal alemão (!!) e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia !!! Este é o cenáculo proletário que augura bem o espírito de luta que presidirá a estas reuniões "sindicais"!

Enfim, um programa inteiro!

Sejamos claros: este é o congresso da CEE: estes tristes personagens, que devastam os direitos sociais em toda a Europa e particularmente em França, enquanto entregam quantidades de armas à junta pró-nazi em Kiev que pressiona para uma escalada nuclear com a Rússia, foram, portanto, convidados!

Podemos imaginar Macron ou Roux de Bézieux convidados para um congresso da CGT?

E o que dizer das outras confederações, em particular a CFDT ou a FO, que erguem como dogma a independência da sua organização face aos partidos políticos a nível nacional francês, mas que aceitam e convidam para o congresso da CES (da qual Laurent Berger é o atual presidente) todos os políticos tecnocratas e outros belicistas profissionais da União Europeia!

Em todo o caso, não podemos deixar de rir (ou chorar?), lendo o comunicado da CGT sobre o congresso da CES [2], que ousa fazer a pergunta: "A CES vai ou não partir para a ofensiva e propor uma agenda autônoma em relação à agenda da União Europeia?" e responder-lhe não mais do que "A CGT pronuncia-se finalmente sobre este assunto. Prova disso é que a secretária-geral da CES, a irlandesa Esther Lynch, chegou a manifestar-se duas vezes em França contra a reforma das pensões. A sua atitude mostra vontade política real."…

Recorde-se, como indica a Iniciativa Comunista [3], que essa mesma Esther Lynch cacarejou, numa entrevista ao Republicain Lorrain, que "na Irlanda, a idade da reforma foi estabelecida pelo diálogo social, depois de muitas reuniões", tendo sido elevada para 67 anos. Che Guevara só tem que se aguentar!

A esta lista juntam-se os recentes escândalos de corrupção com a União Europeia que abalaram a CES através do seu antigo secretário e então secretário da CSI., Luca Vicentini.

Assim, depois de pouco ter apoiado as lutas em França (um comunicado de "apoio" durante a batalha contra a contrarreformas das pensões e basta!) e de ter chamado a votar "sim" à Constituição Europeia de 2005, a CES revela-se assim, mais uma vez, que é:   a correia de transmissão das diretivas de regressão social da Comissão Europeia em Bruxelas a que está totalmente subserviente.

Então, se as ligações entre a FSM e quaisquer governos são pura fantasia e uma campanha de calúnias, o mesmo não acontece com a CES, cuja lista de convidados para o congresso deveria indignar qualquer militante das organizações sindicais francesas (e europeias), a começar pela CGT ! Mas silêncio nas fileiras porque, desde o tempo de Viannet e Le Duigou, a CGT tornou-se oficialmente "euro-construtiva", abandonando ao mesmo tempo o seu objetivo fundador de abolir a exploração capitalista e a sua adesão de várias décadas à FSM, o centro mundial voltado para a luta de classes. E todos os trabalhadores medem o que esta viragem euro-reformista lhes trouxe nos últimos trinta anos em termos de cortes salariais, destruição dos serviços públicos, demolição da produção na França industrial e demolição da Segurança Social, pensões e subsídios de desemprego.

Mais do que nunca, para a reconstrução de um sindicalismo de classe e de massas, independente do MEDEF [Central patronal (nt)], do governo Macron, da UE e da NATO e que defenda a paz e a soberania nacional, é urgente que a CGT se reencontre com a FSM vermelha, na qual os seus militantes – os trabalhadores em luta da EDF [Électricité de France (nt)], da recolha de lixo, das refinarias e outros portos que foram a verdadeira vanguarda do movimento popular recente, já têm o seu lugar!

Vermelho, vermelho, vermelho: a FSM é vermelha!

Amarelo, amarelo, amarelo: a CES é amarela!

Publicado originalmente em: https://www.resistir.info/europa/ces_19jun23.html#asterisco

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