Contra o imperialismo de Trump, uma resposta à altura da Petrobrás

Unidade Classista dos Petroleiros

Já fazem semanas desde que o líder estadunidense começou a ameaçar o povo brasileiro e a nossa soberania com os execráveis e injustificados tarifaços, visando, dentre outros objetivos, a desestabilização de nossa economia. No alto de sua arrogância, o governo dos EUA nos provoca, achincalha e vilipendia, reafirmando sua tradição de rapinagem, ou seja, quer com isto nos por de joelhos e reafirmar que o Brasil seria o "quintal" da política e da economia estadunidense, a sua colônia moderna na América Latina. Os ataques não pararam nos tarifaços. Vieram em seguida investidas contra o PIX, portanto contra nossa já frágil soberania financeira, e ameaças explícitas de retaliação a juízes, por meio de legislação extraterritorial para aplicar bloqueios financeiros a indivíduos brasileiros, buscando subjugar nossa justiça.

Para completar, a agressão vem acompanhada de aliados internos, a família Bolsonaro e seus asseclas, uma verdadeira quinta-coluna traidora da pátria.

O retrato mais esdrúxulo dessa vocação de "capacho" dos Estados Unidos, tipicamente defendida pela direita política brasileira em toda a sua existência, foi a gigante bandeira do país agressor sobrepujando qualquer outro símbolo nacional do Brasil na manifestação do 7 de setembro, na Avenida Paulista.

Não é novidade que o imperialismo tem o subdesenvolvimento como projeto para o Brasil e demais países da América Latina e do Sul Global. Os últimos capítulos apenas revelam uma fase mais escancarada da sanha do capital internacional. Sem as máscaras e os perfumes, a cara dos saudosos do colonialismo se revela como é: feia, violenta e destrutiva. Os Estados Unidos nos últimos anos vêm recrudescendo sua violência através de incursões militares e ameaças, inclusive a aliados históricos como o Canadá e a Dinamarca. O extermínio genocida de milhares vidas do povo palestino na Faixa de Gaza executado pelo estado de Israel e apoiado decisivamente pelos EUA com o objetivo de tomar seu território e construir ali _resorts_ de luxo banhados pelo mar Mediterrâneo, as afrontas militares em curso na costa venezuelana, a ameaça de invasão militar do Panamá para retomar o controle do canal panamenho, as provocações de tomar a Groelândia para usurpar suas riquezas minerais e a infame proposta de transformar o Canadá no 51° estado estadunidense são provas incontestáveis dessas intenções expansionistas. Diante disso, não se deve negligenciar a ameaça que paira sobre as riquezas hoje ainda ao alcance do povo brasileiro, sobretudo as valiosas reservas do nosso petróleo e nossa rica biodiversidade no interior da Amazônia. Precisamos, portanto, por em prática iniciativas para nos proteger o quanto antes, e nos colocar de joelhos não deve ser uma alternativa.

Diante de tamanha hostilidade, dessa vez explicitamente declarada, não pode mais o nosso governo se limitar a tratativas diplomáticas e discursos sem uma reciprocidade clara, passado todo esse tempo.

É imperativo que haja uma resposta à altura de tais arroubos, sobretudo para nos afastar da condição de reféns à qual fomos submetidos por seguidos governos neoliberais. Eis algumas medidas duras, porém necessárias, a serem tomadas:

- *Retirada das ações da Petrobrás da bolsa de Nova Iorque* - essa condição não trouxe qualquer vantagem à Petrobrás ou ao Brasil. Ao contrário, serve para forçar seguirmos uma lógica anti soberana por meio de legislação extraterritorial (a exemplo da SOX), e nos fez perder bilhões de dólares em ação coletiva com resultado leonino arbitrado por corte daquele país. Os últimos capítulos do imbróglio jurídico da YPF, em que um tribunal dos Estados Unidos ordenou a entrega de 51% das ações da petroleira argentina para satisfazer uma sentença de US$ 16,1 bilhões contra este país, não deixa dúvidas do risco que corremos.

- *Desfazer leilões de junho, inclusive da Margem Equatorial* (em breve publicaremos uma nota específica sobre esse tema) - cujo resultado foi empresas petrolíferas estadunidenses abocanhando boa parte de nossas preciosas reservas em potencial, quando já está demonstrado que a Petrobrás é plenamente capaz de encontrar e produzir petróleo sozinha em nosso território.

- *Reestatizar a Eletrobrás, a BR Distribuidora, refinarias e gasodutos entregues nos últimos anos* - Sem esses setores e ativos estratégicos nas mãos estatais, não haverá soberania. Sempre estaremos "anêmicos" e frágeis na esfera econômica, e consequentemente, nas esferas social e tecno-científica. Retomar o caráter estatal da Petrobrás é urgente e necessário, assim como submetê-la aos interesses nacionais e dos trabalhadores é incontornável.

- *Sair das nuvens Microsoft e AWS e rever cuidadosamente uso de aplicativos e infraestrutura sob responsabilidade dos EUA e Israel* - A entrega dos nossos dados às _Big Techs_ , verdadeiras corporações monopolistas dos EUA, nos coloca em posição completamente submissa e vulnerável. Além de rastrearem facilmente várias informações estratégicas, sensíveis e de vantagem competitiva, num estalar de dedos podem simplesmente interromper nossos processos produtivos quando bem entenderem. Faz-se necessário fomentar e implantar uma nuvem estatal o quanto antes, em cooperação da Petrobrás com demais estatais e universidades públicas.

- *Interrupção imediata de qualquer exportação, direta ou indireta, em especial de petróleo e derivados, para o estado genocida de Israel* - Não podemos macular a história da Petrobrás e do Brasil com qualquer relação econômica ou política que favoreça o regime sionista espúrio em sua empreitada genocida e de limpeza étnica contra os palestinos!

Se o imperialismo tem contado até aqui com a apatia e covardia de nossos governantes para avançar, é cada vez mais necessário coragem e ousadia para rompermos o ciclo de dependência e exploração de séculos!

É fundamental que a extraordinária renda de nossas riquezas estratégicas sirva para nosso desenvolvimento e seja distribuída para os brasileiros que trabalham, e não para concentrar ainda mais capitale poder para os acionistas multimilionários, em sua maioria estrangeiros, nem para enriquecer gestores gananciosos e pouco comprometidos com um projeto de Brasil. Queremos uma Petrobrás 100% estatal, a serviço e sob controle dos trabalhadores brasileiros!

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