De novo Luigi Mangione; ou a morte de Charlie Kirk

Giovani Damico - Membro do Comitê Central do PCB

Foi preso nos EUA Tyler Robinson, jovem antifascista responsável pela morte do fascista Charlie Kirk. Tyler, segundo as notícias, foi orientado por seu pai a se aconselhar com um pastor amigo da família, e relatou aos dois que preferia a morte do que se entregar. Instantes após a saída do Pastor, este o entregou às autoridades.

Tyler, revisita a história recente de Luigi Mangione, que executou um executivo de uma das grandes seguradoras de saúde, responsável pela catástrofe na saúde pública dos EUA, e de sofrimento direto à família de Mangione.

Por sua vez, o jovem de Utah, que, assim como Mangione, era estudante e ativo em fóruns de debates políticos, populares entre hacker-ativistas. O mais recente episódio de insurreição pessoal contra um sistema político e social que exorta o capital, o liberalismo e o individualismo extremos, sob a égide das "liberdades", sempre aquelas que garantem a miséria da exploração, subjugação de segmentos da sociedade, na clássica opressão do capital, radicalizada pelo discurso fascista e neoliberal hoje em voga.

As saídas individuais e violentas certamente são um subproduto do embrutecimento da jovem classe trabalhadora americana, que se vê em parte seduzida e capturada por discursos de ideólogos como Charlie Kirk, o qual propagava armamentismo, homofobia e racismo, como tempero de sua ideologia fascista que buscava trazer a insatisfação dos jovens para ódio a outras pessoas, em especial as mais vulneráveis. Vivendo pela espada, Kirk morre pela espada. O discurso liberal radicalizado gera seus antagonistas, heróis da classe trabalhadora, em missões solitárias de enfrentar alguma pequena batalha, de maneira trágica e que levará ao sacrifício pessoal.

O status quo, assustado com as respostas produzidas por seu próprio funcionamento, e sobretudo pela receptividade social cada vez maior de figuras como Mangione e Robinson, se vê desesperado e tenta mudar narrativas desencontradas para confundir a opinião pública.

Prontamente após a eliminação de Kirk, o FBI anunciou ter encontrado a arma do crime com diversos dizeres antifascistas e "de ideologia de gênero", e dois dias depois, após toda a repercussão, caça em desespero uma nova e confusa narrativa que tenta associar Robinson não mais à esquerda antifascista, mas sim à extrema-direita que este combateu. Como diria Marx, depois da tragédia a farsa.

Em tempo de radicalização neoliberal-fascista, e ações violentas individuais como resposta angustiada, cresce a necessidade de saídas coletivas que produzam as mudanças estruturais que só a revolução pode trazer.

Acompanhe todas as mídias do nosso jornal: https://linktr.ee/jornalopoderpopular e contribua pelo Pix jornalopoderpopular@gmail.com