Declaração Política do VI Congresso do Exército de Libertação Nacional

Declaração Política do VI Congresso do Exército de Libertação Nacional

Por: O Poder Popular ·

ELN – Exército de Libertação Nacional da Colômbia

O Exército de Libertação Nacional reunido no VI Congresso saúda a Colômbia e os povos do mundo e partilha com eles com satisfação o culminar do seu evento democrático máximo.

O mundo hoje vive uma incerteza, produto da lógica e da dinâmica da civilização que emergiu da hegemonia do capital em crise, pois não resolve as necessidades fundamentais da humanidade, mas destrói a vida e o planeta, prestes a levar tudo para ao colapso.

Perante a crise e o declínio dos impérios, surgem novos centros de poder que vislumbram um futuro para a história da humanidade e se expressam numa mudança de época. Esta transição está em curso e estão a ocorrer mudanças nos centros de hegemonia, surgindo blocos com uma cultura distinta da ocidental que se manifesta na criação de um mundo multipolar.

Para sustentar a sua hegemonia em crise, o Imperialismo Norte-Americano, com o seu instrumento de agressão global, a OTAN tenta impor-se através de guerras de agressão, mas desde a sua derrota na Síria, tem encontrado uma crescente capacidade de resistência entre os povos e nações que encoraja-os a manter a luta por um mundo sem controle e espoliação imperialista.

O ELN envia uma saudação fraterna e solidária a todos os combatentes revolucionários do mundo, a todos os povos que resistem contra todos os tipos de dominação, opressão e exploração, em particular manifesta-se solidário com a luta heroica do povo palestino e condena as ações genocidas do Estado de Israel, tal como saúda a resposta do eixo da resistência em apoio à justa causa da Palestina.

Por outro lado, saúda a luta bem sucedida do povo do Sahel africano contra o secular colonialismo francês, que agora projeta um futuro com soberania e independência.

No continente, os Estados Unidos promovem e apoiam a direita para tentar recuperar para sua influência os países que continuam tentando um caminho soberano e democrático, mas os povos resistem e lutam contra os governos funcionais ao império que não conseguem sair da crise.

A Colômbia não tem sido exceção nas lutas massivas do povo para conseguir mudanças na sociedade, como produto dessa esperança o Pacto Histórico alcançou a Presidência com Gustavo Petro, mas as reformas propostas foram bloqueadas pelos grupos de poder econômico e político que são hegemônicos no regime e no Estado.

Os quase dois anos de mandato deste governo são a reafirmação de que só a luta e a crescente mobilização das massas, das suas organizações, será o que abrirá o verdadeiro caminho para as transformações que as maiorias da Colômbia exigem há décadas, e essas são as causas pelas quais o ELN tem lutado.

Ao completar 60 anos de levante armado, o VI Congresso, como evento democrático máximo do ELN, reafirma seu compromisso com a busca por essas transformações junto com as maiorias do país. Neste evento participaram todas as Frentes de Guerra e Estruturas Nacionais Especializadas do ELN. Os debates decorreram num clima de fraternidade e harmonia, que culminaram em definições importantes com amplo consenso.

Foi eleita a nova Direção Nacional, tendo sido ratificada a grande maioria, bem como os seus três primeiros comandantes do Comando Central.

O Congresso reafirma a sua vontade de paz e o seu compromisso de cumprir o que foi acordado na Mesa de Diálogo com o Governo.

Valoriza o acordo sobre o Projeto da Participação da Sociedade no processo de paz, alcançado em 24 de maio em Caracas, Venezuela, por ser o produto da contribuição de milhares de vozes e organizações da sociedade colombiana, que aspiram a ter um país soberano, com democracia plena, com justiça social e inclusiva; objetivo que será alcançado através de um Grande Acordo Nacional que viabilize as transformações esperadas pelas maiorias.

Este processo de paz, construído com a Participação da Sociedade, ao recolher as expectativas de mudança das maiorias pode abrir-se ou convergir num processo constituinte.

No atual momento, o processo de conversações de paz atravessa uma grave crise causada pelo incumprimento dos acordos por parte do Governo, mas na medida em que seja corrigido da maneira certa, as atividades da Mesa Redonda poderão ser retomadas.

O ELN valoriza e dá amplo reconhecimento aos países mediadores e acompanhantes dos diálogos de paz, e toda a Colômbia lhes será grata.

Colômbia, para os trabalhadores!

Nem um passo atrás, libertação ou morte!

VI Congresso: “ELN 60 anos, compromisso e certeza na vitória popular”

Montanhas da Colômbia

Junho de 2024

Tradução: Equipe Poder Popular e Rede Marxista

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