Defender a Casa Comum: construir a retomada ancestral

Defender a Casa Comum: construir a retomada ancestral

Por: O Poder Popular · Imagem do Instagram opa_organizacaopopular - primeiro de maio

OPA - Robson de Sousa Moraes (Geógrafo, Professor da UEG e militante do PCB) robson.moraes@ueg.br

A Terra é nossa Casa Comum, um lar compartilhado por todas as formas de vida. Proteger e preservar o equilíbrio ecológico é essencial para garantir um ambiente saudável. Cada ação em defesa da natureza é um passo em direção à harmonia com o planeta. Resgatar e valorizar os conhecimentos e práticas dos nossos antepassados é crucial. Eles nos ensinam formas de viver em equilíbrio com a natureza e a construir comunidades mais fortes e integradas a seus respectivos ecossistemas.

Em um contexto da mundialização do Modo de Produção Capitalista, é crucial lembrar e valorizar as tradições e culturas que moldaram nossa identidade. A Retomada Ancestral surge como uma exigência essencial para resgatar e preservar os conhecimentos e práticas dos nossos antepassados, especialmente dos povos indígenas e de diversas comunidades tradicionais, que possuem uma relação íntima, respeitosa e integrada com a natureza. A Construção da Retomada Ancestral, em defesa da Casa Comum, é parte do amplo movimento de superação da atual crise socioambiental. Olhar para o passado dos povos que habitavam e habitam o território nacional, compreendendo que nestas sociabilidades não capitalistas, estão formas de organização social que podem basilar a chamada “transição agroecológica” para além dos limites da sociedade produtora e consumidora de mercadorias. Ao valorizar nossas raízes, fortalecemos nossas identidades coletiva e promovemos um mundo onde a diversidade cultural é respeitada e preservada.

Não podemos esperar que as mudanças urgentes e necessárias venham daqueles que se enriquecem com o atual estado de degradação socioambiental. As instituições que compõem o sistema capitalista representativo burguês, estão completamente comprometidas com a manutenção de privilégios, reproduzem as desigualdades e a despossessão ampliada da natureza. A verdadeira mudança vem do povo organizado. Quando nos organizamos e agimos em conjunto, temos a capacidade e o Poder de transformar a sociedade e lutar por um mundo mais justo e igualitário. O Poder Popular é a chave para a transformação social. Não podemos esperar por mudanças vindas de cima. A Ação direta é necessária para confrontar injustiças e proteger nosso planeta, combatendo as desigualdades e a concentração de riqueza.

A ação direta envolve a intervenção ativa das pessoas em situações de injustiça, sem a mediação de autoridades ou instituições formais. Pode incluir protestos, ocupações, greves, bloqueios e outras formas de insatisfação que visam confrontar diretamente as variadas fontes de opressão. Faz-se necessário desafiar a passividade, recuperar a iniciativa de combate superando a imobilizante combinação entre táticas e estratégias defensivas. A ação direta quebra esse ciclo, mostrando alternativas concretas de lutas e demostrando objetivamente que justiça socioambiental pode ser conquistada por meio da mobilização ativa. É um lembrete constante de que os direitos e liberdades não são concedidos gratuitamente, mas conquistados através de luta organizada e determinação.

Estamos vivendo uma crise climática sem precedentes. A inação não é uma opção. Precisamos agir agora para mitigar os efeitos devastadores das mudanças climáticas provocadas por uma estrutura econômica e social que visa a obtenção, sem limites, de lucratividade através da exaustão, morte e extermínio de diversas formas de vida. A organização popular é fundamental para enfrentar os desafios que nos cercam, agregando Trabalhadoras e Trabalhadores (urbanos e rurais), os despossuídos, a juventude de periferia, indígenas e quilombolas, bem como todos e todas que vislumbram a emancipação humana e a existência de uma alternativa de luta capaz de articular a contraofensiva popular em defesa da Casa Comum. Estudar, planejar, organizar e agir coletivamente para construir o mundo que queremos. É hora de uma Revolução Popular, uma mudança radical em como nos relacionamos com o planeta e uns com os outros. Somente através da organização popular poderemos alcançar justiça ambiental e social de forma duradoura e efetiva.

Cidade de Goyaz, junho de 2024

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