Dia internacional de luta pela saúde da mulher e dia nacional da redução da mortalidade materna

Dia internacional de luta pela saúde da mulher e dia nacional da redução da mortalidade materna

Por: O Poder Popular ·

Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro

A data 28 de maio foi reconhecida como Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, promovido na Holanda em 1984, quando várias denúncias foram feitas ao Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos.

No Brasil, este dia foi declarado pelo Ministério da Saúde como Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna, mirando a necessidade de melhorias na assistência obstétrica e de redução das mortes maternas.

As datas foram criadas para chamar a atenção e conscientizar a sociedade sobre os diversos problemas de saúde e distúrbios comuns na vida das mulheres: câncer de mama, endometriose, infecção urinária, câncer no colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade estão entre as principais doenças que afetam o gênero feminino.

Esse quadro é atribuído, em grande parte, às desigualdades enfrentadas por nós, mulheres, na realidade social. Em casa e no trabalho remunerado, somos duplamente exploradas: pelo capital, quando ocupamos os postos de trabalho mais precarizados e recebemos os menores salários; pela família, quando todo o trabalho do cuidado recai sobre nossas costas.

Nesse contexto, quem cuida de quem cuida? Integralmente responsáveis pelo trabalho reprodutivo e socializadas para zelar por tudo e por todos, as mulheres acabam por negligenciar o cuidado consigo mesmas, deixando, inclusive, de realizar os exames periódicos preventivos.

A mortalidade materna é um importante indicador da qualidade de saúde ofertada para as pessoas e é fortemente influenciada pelas condições socioeconômicas da população. Segundo o DATASUS, em 2018 foram registrados 63.693 óbitos de mulheres em idade fértil e óbitos maternos no Brasil. Mulheres negras totalizam 65% dos óbitos maternos. A maioria das mortes maternas e infantis são evitáveis e consequência de atendimento pré-natal de baixa qualidade ou escasso, da falta de recursos para cuidados críticos e de emergência, dificuldade de acesso aos serviços pré-natal e neonatal, violência obstétrica e desnutrição. As doenças e condições que mais causam óbito materno estão relacionadas à hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), hemorragias graves (principalmente após o parto), infecções (normalmente depois do parto), complicações no parto e abortos inseguros.

Além disso, há o fator central que é o desmonte das políticas públicas de saúde, como foi o caso da Rede Cegonha, programa federal para redução da mortalidade materno-infantil criado em 2011 e que havia sido substituído, no governo Bolsonaro, pelo modelo hospitalocêntrico e medicocêntrico da Rede de Atenção Materno-Infantil (RAMI), marcando mais um retrocesso do governo burguês reacionário.

Agora, sob o governo de conciliação de classes de Lula-Alckmin, a luta - não só das mulheres, mas de toda a classe trabalhadora - deve ser para reverter o processo de privatização e sucateamento da saúde pública no Brasil. É necessário retomar as ruas e aprofundar a luta por um SUS 100% público, estatal e controlado pelos trabalhadores.

Nós, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, seguimos na luta pela garantia de atenção integral plena à saúde da mulher e pela garantia de todos os direitos essenciais mais básicos, que são determinantes na qualidade de vida da população e fundamentais para a redução da mortalidade materna.

PELA VIDA DAS MULHERES! SAÚDE NÃO É MERCADORIA!

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