Distribuição de Cordões de Girassol em Araras-SP: uma luta classista e anticapacitista.
PCB Araras-SP
O que representa o cordão de girassol?
O cordão de fita com girassóis estampados foi instituído em lei como símbolo nacional de identificação de pessoas com deficiência (lei 14.624/2023). Internacionalmente, os girassóis simbolizam as deficiências ocultas (que não possuem sinais físicos óbvios), auxiliando na percepção coletiva das possíveis especificidades que as pessoas que usam o cordão possuem.
Militante comunista é anticapacitista!
A exploração dos trabalhadores e da natureza pelos capitalistas atinge de forma diferente as diversas camadas da nossa classe. Vamos pensar em alguns exemplos: a luta das mulheres empregadas domésticas carrega consigo as especificidades da parte da classe trabalhadora que tem recorte de gênero e raça: essa luta nos traz as necessidades das mulheres negras da periferia. A existência das pessoas Trans no Brasil, que é o país que mais mata pessoas Trans do mundo, tem particularidades que devem ser levadas em consideração na construção e materialização da luta contra a transfobia. Da mesma forma, há particularidades na forma como a exploração capitalista atinge a vida de Pessoas Com Deficiência. O IBGE aponta que apenas 34,3% das PCD possuem emprego formal, só 16% delas possuem ensino médio completo e a renda é menos de dois terços que a média das pessoas sem deficiência.
A estrutura social capitalista aprofunda uma exclusão social que é histórica: falta acessibilidade arquitetônica, comunicacional, educacional, falta acessibilidade na locomoção, na cultura, no lazer e até nas relações afetivas. O capitalismo desabilita e cria condições de deficiência devido à falta de serviços e meios adequados que garantam a existência de PCDs. A deficiência não é uma implicação natural do corpo e sim uma consequente imposição econômica, política, cultural e social.
Por isso entendemos que as lutas anticapacitistas e comunistas estão do mesmo lado: as pessoas com deficiência são excluídas do mercado de trabalho não como consequência de possíveis limitações funcionais, também não apenas por práticas discriminatórias isoladas de algumas empresas, mas devido ao próprio sistema de organização do trabalho dentro da economia capitalista, que se baseia nos princípios da competição e da obtenção do máximo lucro. A negação da acessibilidade é própria de um sistema que tem como objetivo o lucro. Só garantiremos a existência digna de PCDs e o fim do capacitismo a partir do fim da exploração capitalista, através da revolução socialista.
Nada sobre nós sem nós!
O PCB das cidades de Araras e Conchal, interior de SP, tem promovido atividades de distribuição de dezenas de cordões de girassol, a fim de popularizar o uso na cidade, garantindo visibilidade para a causa. Dentre os militantes das cidades, contamos com a militância de PCD e de mães de PCDs, as quais, conjuntamente com os demais camaradas, incluem nos debates e atividades as especificidades com que a exploração capitalista atinge PCDs.
As atividades de distribuição dos cordões tiveram boa recepção dos trabalhadores, que pontuaram as dificuldades enfrentadas diariamente e a importância de colocar em destaque o anticapacitismo, que não é uma luta individual de PCDs, mas sim coletiva, uma luta que tem classe: a classe trabalhadora é anticapacitista.
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