Boas Festas !

Boas Festas !

Por: O Poder Popular · Imagem do site Metrópoles
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Frank Svensson (1934-2018)

Professor – titular aposentado da UnB e membro do Comitê Central do PCB até seu falecimento
 
AMAI-VOS UNS AOS OUTROS!

PROLETÁRIOS DE TODO MUNDO UNI-VOS!

Historicamente essas conclamações são as que mais ecoam em épocas varias da cultura cristã ocidental capitalista. Uma delas varreu mundo com o conhecimento ainda marcado pela imaginação do desconhecido, quando o mundo captado nos sentidos conduzia a incipientes abstrações. A outra expressa avanço técnico – cientifico e sua configuração social. Dá-se na era dos poderosos instrumentos produtores de conhecimento objetivo critico, universidades e agremiações obreiras sendo exemplos.
           
Não perderam a atualidade, nem a perderão, enquanto mal – resolvida a “propriedade privada”. Adentramos o terceiro milênio cristão mantendo-a violando os direitos de propriedade. Homens de bem são homens de bens. Para não submetê-los a formas coletivas de uso e propriedade forçam-nos a constituir leis, exércitos e milícias que lhes asseguram privar do que têm. No entanto não evitam aos destituídos sentimentos e consciência de injustiça e inveja e reações e sucedâneos calcados em vícios e violências.
           
L. H. Morgan (1818-1881), homem de ciência norte americano, etnógrafo e historiador de sociedades primitivas, já em seu tempo demonstrava que somente democracia na administração, fraternidade social, igualdade de direitos e instrução geral fariam despontar uma etapa superior à sociedade a que tendam constantemente a experiência, a razão e a ciência.
           
A sociedade industrial implicou neodistribuição social do trabalho. O (moderno) proletariado vivencia o trabalho assalariado gerador de mais-valia como base da sociedade burguesa capitalista, de consumo e acumulação de capital. É excluído da superestrutura do capital, do controle e do resultado do labor, de decisões políticas e da produção ideológica dominante. O atual componente proletário da sociedade burguesa é indispensável e fundamental a ela, conquanto impotente à sua superação. Precisa ser ressocializado para de objeto social galgar uma posição de sujeito da sociedade mais justa, mais fraterna.
           
Conhecer a ação recíproca entre árvore e bosque, entre partes e todo e indivíduo e sociedade é o grande desafio do agora. Exigem-se as formas socialmente organizadas, os coletivos de trabalho e o conhecimento objetivo da sociedade burguesa para se superar a injustiça social. Socialização sem conhecimento não ultrapassará o pensamento critico. Se se mantiver a sociedade capitalista como modelo de desenvolvimento, a maior conquista será a do bem-estar, sem justa equidade social. Ressocializar a sociedade terá de advir dos seguimentos obreiros assalariados e elevá-los a sujeitos do planejamento socioeconômico, sabendo-se evidente que tornar todos burgueses e inviável. Ter-se-á de produzir o conhecimento para se alcançar à sociedade proletária, uma tarefa para os proletários da produção cultural a serviço da produção material.
           
A Universidade é preciosa à produção interdisciplinar do conhecimento para solucionar os problemas sociais. Ficando a pôr-se a serviço de elites desenvolve teorias “desculpativas” que distanciam da emancipação de classes inferiores, e o conhecimento emanado dos trabalhadores por uma sociedade eqüitativa não é aceito como fidedigno. Forja-se a atitude amiga do povo e de pena dos pobres, porém a violência no capitalismo especulativo aumenta, assusta e instiga que se compreenda a essência e a origem da derrocada.
           
Cabe-nos trabalhadores da produção de conhecimento, leva-lo à comunidade, jamais substituí-la no poder das decisões políticas, especialmente quando forem decisões locais. Mostrar-se cônscios de que não há métodos universais senão técnico – sócio – ambientalmente adequados a especificas realidades, hodierna forma de nos amarmos uns aos outros, unirmo-nos em favor da sociedade igualitária, fraterna.

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