Em primeiro encontro, Coletivo de psicólogos discute estratégias para ações sindicais
O primeiro encontro do coletivo “PSI NA LUTA” ocorreu na manhã do último sábado (30/9) no auditório do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, Centro de Maceió. O evento reuniu profissionais, estudantes, professores e lideranças sindicais para discutir a conjuntura da Psicologia em Alagoas e organizar a categoria para desenvolver estratégias de enfrentamento à precarização do trabalho.
O encontro marcou uma inciativa histórica na condução da luta das psicólogas e psicólogos por trabalho, valorização e a expansão das áreas de atuação na sociedade alagoana. O movimento propõe o desenvolvimento de ações, a partir da ciência psicológica em suas diferentes áreas, para a construção de uma sociedade mais justa, que garanta a participação de diferentes atores sociais nos processos de construção de saúde coletiva.
A organização permitiu que o espaço fosse aberto para todos os profissionais e estudantes, com objetivo de horizontalizar e democratizar as discussões sobre a profissão, compondo com argumentação crítica e embasada a forma como tem se configurado o trabalho da (o) psicóloga (o) hoje.
Também foram alvo de análises suas instituições de representação profissional e a primazia de tendências excludentes que não viabilizam uma cultura política de luta pela profissão e desenvolvimento da sociedade.
Em diálogo, foram colocadas críticas aos espaços organizativos, que não garantem diversidade de pensamento. Sobre o mercado de trabalho, psicólogas destacaram questões de gênero que influenciam em suas remunerações, na manutenção da formação continuada e da inexistência de concursos públicos que ofereçam salários dignos.
O mercado incipiente não diz respeito ao inchaço de profissionais nas áreas mais urbanizadas, mas é um dos efeitos colaterais da negligência política de gestores em saúde, educação e assistência social. Estas áreas de atuação são consolidadas na Psicologia brasileira e a população merece mais profissionais com foco no cuidado, na escuta e na promoção de saúde.
“Durante a graduação, ouvi muitas críticas acerca de uma Psicologia engessada, voltada para as classes dominantes em suas necessidades e moldes. O movimento que se iniciou neste encontro me dá a esperança de uma mudança de perspectiva, apontando para a direção de uma psicologia humana e acessível a todos”, disse o psicólogo clínico e motorista por aplicativo, Bruno Queiroz. O trabalho como motorista complementa sua renda desde que a realidade profissional na Psicologia não acomodou suas necessidades de subsistência.
“Escolhemos um sábado para contemplar profissionais que estão na sua rotina de trabalho durante a semana. Tivemos uma participação com muita qualidade no debate sobre a Psicologia. Esse movimento chega para fortalecer psicólogas e psicólogos de Alagoas, e, principalmente, amparar os profissionais que se sentem órfãos por parte de instituições de representação”, afirmou Paulo Lima, psicólogo do SUS e especialista em Psicologia Social.
O presidente do Sindicato dos Psicólogos de Alagoas (SindPsi/AL), Benedito Cedrim, que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI), esteve no evento e apresentou aspectos históricos de construção da instituição, além de indicar questões organizativas e estruturais do sindicalismo em Alagoas que dificultam diálogos e ações. Objetivo é superá-los.
“O Psi na Luta vem mostrando que as psicólogas e psicólogos de Alagoas estão prestes a viver um novo momento – com mais união em defesa da categoria. Ganham os psicólogos, ganha a sociedade, que vai ter psicólogas (os) mais motivados, pois sabem que podem contar uns com os outros”, concluiu o psicólogo Samuel Melo.
Para quem deseja saber mais informações sobre os próximos passos deste movimento, o Coletivo “PSI NA LUTA” já está presente no Instagram. Siga @psinalutaalagoas
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