Encontro nacional em Lima agenda dez dias de protesto contra Boluarte
Decorreu, este fim-de-semana, o Primeiro Encontro Nacional de Regiões e do Povo Organizado, que decidiu realizar dez dias de protestos contra Dina Boluarte, actual presidente do Peru.
No final dos dois dias de encontro, que decorreu na capital peruana com lemas como «Fora do Peru, tropas yankees», «Que a máfia toda se vá embora» ou «O povo unido vencerá», as organizações sociais, sindicais e políticas presentes decidiram realizar novas jornadas de luta, entre 19 e 28 de Julho, contra o governo de Dina Boluarte.
No encontro, refere a TeleSur, participaram delegados de todas as regiões do Peru, bem como da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), da Assembleia Nacional dos Povos, do Comando Unitário Nacional de Luta, de associações de bairros populares de Lima, entre outras organizações.
As reivindicações passam pela demissão de Boluarte, o encerramento do Congresso, a realização imediata de eleições presidenciais e parlamentares, e o início de um processo com vista à assembleia constituinte.
Também se exige a libertação dos detidos nos protestos e justiça para os civis mortos durante a repressão militar e policial das mobilizações que tiveram lugar no país entre o início de Dezembro do ano passado e Março de 2023.
Jornada Nacional de Mobilização Popular Permanente em Lima
O novo ciclo de manifestações será designado Jornada Nacional de Mobilização Popular Permanente e terá Lima como epicentro, convergindo para ali representantes de organizações regionais, sindicais, agrárias, entre outras.
Previamente, o nome indicado era «Tomada de Lima», mas os organizadores decidiram alterá-lo porque a imprensa de direita recorre à designação para caracterizar as mobilizações como violentas.
Em declarações à Prensa Latina, Jorge Pizarro, um dos representantes deste movimento, disse que a reunião procurou elaborar uma plataforma de luta unitária, deixando de lado questões que carecem de consenso, de modo a tornar mais eficaz o protesto, que culmina a 28 de Julho, dia da independência nacional.
As delegações do interior comprometeram-se a enviar delegações de manifestantes até Lima. No caso de Puno, bastião da resistência contra o governo golpista, afirmaram que iriam enviar mil por cada uma das 13 províncias do território sul-andino.
Nos protestos, também se exigirá a saída do país das tropas dos Estados Unidos, cuja entrada foi aprovada pelo Congresso e o Executivo, tendo sido sublinhado no encontro que a chegada dos primeiros contingentes de tropas não é um acaso, precisamente quando se reactivam os protestos populares no país.
Na sequência do golpe de Estado contra Castillo, a 7 de Dezembro último, o Peru foi palco de grandes protestos contra o governo de Boluarte, que os organizadores responsabilizam pelas cerca de 70 mortes de civis então ocorridas.
Segundo revelou Pizarro, a organização das mobilizações que se avizinham considera a possibilidade de pedir observadores internacionais, para evitar consequências como as da repressão registada durante as manifestações realizadas entre Dezembro e Março.
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