Ex-militares chilenos são condenados por assassinato de cantor Víctor Jara na ditadura
Supremo Tribunal do Chile condenou sete ex-oficiais do Exército a penas de 8 a 25 anos de prisão pelos crime de tortura e assassinato do cantor e compositor
A Suprema Corte do Chile condenou nesta segunda-feira (28/08) sete militares aposentados a 25 anos de prisão pelo sequestro e assassinato do cantor e compositor Víctor Jara, ocorrido logo após o golpe de Estado de Augusto Pinochet em 11 de setembro de 1973.
Os militares condenados, Rolando Melo, Raúl Jofré González, Edwin Dimter Bianchi, Nelson Haase Mazzei, Ernesto Bethke Wulf, Juan Jara Quintana e Hernán Chacón, também vão cumprir pena pelos crimes contra o Diretor Geral do Serviço Penitenciário do Chile no governo de Salvador Allende, Littré Abraham Quiroga Carvajal.
Os condenados têm idades entre 73 e 85 anos e responderam ao processo em liberdade, mas agora devem ser levados à prisão para responderem às suas condenações.
O assassinato de Jara, na capital Santiago, tornou-se um dos crimes mais simbólicos deixados pela última ditadura no país sul-americano. A decisão judicial do tribunal chileno é baseada nas provas sobre local e horário em que os crimes contra o cantor forem cometidos.
Jara foi transferido e torturado no Estádio Nacional do Chile, onde foram presas mais de 5.000 pessoas após o golpe contra Allende. Ele foi morto com 44 tiros após ser preso na Universidade Técnica do Estado, onde trabalhava como professor.
Os restos mortais do cantor foram encontrados em um terreno próximo ao Cemitério Metropolitano de Santiago, em 16 de setembro de 1973, junto com outros quatro presos políticos.
Em dezembro de 2009, 36 anos após sua morte, a justiça chilena ordenou a exumação de seus restos mortais, o que permitiu que Víctor Jara fosse sepultado em cerimônia oficial.
(*) Com TeleSUR