Greve unificada contra as privatizações em SP

Lucas Silva - Jornalista e membro do conselho editorial do Poder Popular

Os trabalhadores ferroviários de São Paulo das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM junto aos metroviários de São Paulo e aos trabalhadores da Sabesp decretaram greve de 24 horas para o dia 03/10 contra as privatizações e terceirizações do governo Tarcísio de Freitas.

Foram realizadas três assembleias na última terça-feira (19), do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo e do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo que aprovaram encaminhamentos de maneira unificada. O PCB e a Unidade Classista estiveram presentes nas assembleias dos metroviários e dos ferroviários da Central do Brasil, fazendo intervenções e demonstrando solidariedade militante.

Também existe um indicativo de greve chamado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) responsável pela base dos trabalhadores da Sabesp. O Sintaema realizará nesta semana uma nova assembleia em que a diretoria apresentará para o conjunto da categoria as mesmas propostas aprovadas pelos trabalhadores dos trilhos.

Não encontramos notícias a respeito de possíveis paralisações ou greves dos sindicatos responsáveis pelos trabalhadores da EMAE, empresa estratégica de saneamento que também está no bojo das privatizações do governador bolsonarista. Uma demonstração de pelegagem e insuficiência política das entidades que representam os trabalhadores da EMAE.

Junto as movimentações grevistas, os sindicatos em aliança com os movimentos populares e partidos de esquerda estão mergulhados na luta contra as privatizações através da ampla divulgação do plebiscito popular inaugurado em 5 de Setembro. São vários postos de coleta e banquinhas abertas por todo estado de São Paulo. O PCB, a Unidade Classista e demais coletivos partidários também estão empenhados na tarefa de ganhar cada vez mais corações e mentes contra a sede entreguista do governador.

Outras deliberações importantes dos sindicatos dos trilhos foram a extensão do plebiscito por mais um mês, até dia 05/11 e a realização de um grande ato unificado das três categorias no dia 02/10, conforme informações dos metroviários.

Conforme boletim publicado nesta quinta pelos metroviários “os sindicatos das categorias envolvidas estão fazendo um chamado às trabalhadoras e aos trabalhadores, em especial dos serviços públicos, aos estudantes e movimentos sociais que se organizem através de suas entidades de classe para engrossar o movimento e PARAR São Paulo contra essa tentativa de destruição das empresas públicas, como vem tentando fazer o governo com os editais de terceirizações nas estações e no POT, pregão marcado para os dias 10 e 17/10.

A PAUTA da Greve será a exigência ao governador Tarcísio de Freitas que pare esse processo de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirizações do Metrô e consulte a população através de um plebiscito oficial sobre a entrega das empresas à iniciativa privada.

A categoria metroviária também APROVOU NA ASSEMBLEIA FAZER UM CHAMADO a ASSEMBLEIAS UNIFICADAS, deliberativas das categorias em greve, nos dias 2 e 3, para que a base dos trabalhadores possa decidir, em unidade, sobre os rumos e a continuidade ou não da greve e demais medidas de luta em unidade.

Declaramos total solidariedade aos trabalhadores da CPTM, Metrô, EMAE e Sabesp e apoiaremos as iniciativas de luta contra as privatizações, terceirizações e quaisquer tentativas de piorar o serviço público e retirar direitos dos trabalhadores. Entendemos essas empresas como estratégicas para atender o bem estar da classe trabalhadora paulista, sobretudo as parcelas negras e periféricas, que tem maiores dificuldades de acesso ao transporte público e ao saneamento básico.

A solução para melhorar os serviços de transporte e saneamento passa pelo fortalecimento do caráter público dessas empresas, com maiores investimentos e valorização dos trabalhadores. Se hoje a CPTM, o Metrô, a Sabesp e a EMAE passam por dificuldades é justamente pelas políticas de privatizações, terceirizações e pela lógica de empresa privada que os últimos governos adotaram.

É uma tarefa central para todo movimento popular e classista em São Paulo contribuir ativamente para enterrar de vez as privatizações, animando outras lutas populares pelo estado e acumulando forças em defesa do caráter 100% público dessas empresas, com tarifa zero e funcionamento 24 horas nos transportes, e tarifas cada vez mais baratas e acessíveis na Sabesp.

Acompanhe os locais de votação, fortaleça e divulgue o plebiscito popular: https://contraprivatizacao.com/

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