Jamais escapará da responsabilidade pelos crimes do passado

Ri Hak Nam para o Rodong Sinmun [jornal do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia] - Tradução A voz do povo de 1945

Há alguns dias, uma autoridade japonesa, em seu discurso de política geral na 80ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, mencionou a questão histórica, dizendo: “Se não enfrentarmos a história com seriedade, não poderemos abrir um futuro brilhante. As tragédias da guerra jamais devem se repetir.”, e ainda: “O povo da Ásia pós-guerra aceitou o Japão com espírito de tolerância.”

Explicando concretamente o conteúdo de suas declarações: a questão do passado já teria sido toda resolvida graças ao perdão generoso dos povos asiáticos; o Japão estaria lidando com as questões históricas de forma contínua e sincera em prol do futuro; e não voltaria a se envolver em guerras, caminhando junto com o mundo no caminho da paz.

O problema é que, embora tenha enumerado longamente a questão histórica, essa autoridade japonesa não disse uma única palavra sobre agressão ou pedido de desculpas, esquivando-se da responsabilidade como autor da guerra.

O ponto central na solução da questão do passado do Japão é que o Estado faça um pedido de desculpas oficial pelo crime de agressão e realize uma reparação completa pelos danos causados. Como agressor, deve expiar sinceramente diante das vítimas e demonstrar, por ações reais, a promessa de nunca mais cometer tais crimes. Isso constitui um dever jurídico e moral do Japão.

Entretanto, sem nada dizer sobre isso, limitou-se a jogar com palavras enganosas como “futuro brilhante” e “paz”. Quem poderia acreditar nisso?

O que mais uma vez ficou revelado através da fala dessa autoridade japonesa é a vil ilusão de negar a história de agressão do passado e, custe o que custar, tentar reviver o velho sonho da “Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental”.

Oitenta anos se passaram desde a derrota do imperialismo japonês, mas o governo japonês nunca reconheceu a história de agressão e crimes.

Depois da Segunda Guerra Mundial, reconhecer sinceramente os erros cometidos e realizar pedidos de desculpas e reparações em nível estatal pelos atos contrários à moral humana tornou-se uma tendência internacional.

No entanto, o Japão age de forma extremamente desavergonhada em relação à questão histórica.

No passado, o Japão invadiu os países asiáticos e cometeu crimes contra a humanidade de proporções inimagináveis. Somente em nosso país, exerceu um domínio colonial bárbaro, sequestrou e massacrou inúmeras pessoas, reduziu incontáveis mulheres à condição de escravas sexuais do exército japonês e destruiu e saqueou enormes recursos e riquezas culturais.

Se as autoridades japonesas tivessem a mínima consciência e razão, deveriam se esforçar com sinceridade diante da comunidade internacional para liquidar os crimes do passado. No entanto, sucessivos governantes japoneses embelezaram e maquiaram a história criminosa, chegando até a justificá-la.

É comum que um criminoso não reconheça as culpas que cometeu porque não tem intenção de se arrepender e porque, no fundo, deseja repeti-las. O fato de o Japão se empenhar desesperadamente em negar seus crimes do passado tem a mesma natureza.

Com a rápida revitalização do militarismo, a ambição de reinvadir por parte do Japão cresceu ainda mais. Desde logo após a rendição do império japonês, os reacionários japoneses têm clamado por vingança, tentando compensar a derrota e ressuscitar a era do antigo império. Aceleraram a militarização e intensificaram seriamente os preparativos de reinvasão. Hoje, o Japão procura a todo custo realizar a ambição que nutre há 80 anos.

Uma das principais intenções ocultas dos reacionários japoneses em não reconhecerem a história de agressão e crimes reside justamente nisso.

A história de agressão e de crimes jamais pode ser apagada nem negada. Quanto mais as autoridades japonesas tentarem negá-la, mais despertarão apenas o ódio e a repulsa dos povos do mundo contra o Japão.

Os crimes passados do Japão são crimes de Estado. E, de acordo com o direito internacional, os crimes de Estado são de responsabilidade do Estado.

O Japão tenta, em vão, lançar mão de artifícios enganosos, falando de alguma suposta “cooperação” com os países vítimas.

O Japão jamais poderá escapar da responsabilidade por seus crimes passados.

30/09

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