Juventude denuncia irregularidades em equipamentos da Rede CUCA de Fortaleza

Por Redação do jornal O Poder Popular - Ceará

A juventude periférica e usuária dos Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCAs) tem denunciado nas redes sociais o sucateamento dos centros, que nos últimos meses têm tido seu espaço de cultura e Direitos Humanos subjugados em detrimento das outras áreas. Há o receio de que o equipamento se torne um setor de empregabilidade vazio e de fácil cooptação da direita, ou que seja privatizada.

As mudanças estão sendo sentidas após a troca de diretoria e gestão da rede. Além dos fatores já citados, a nova diretoria também é responsável pelo processo de demissão em massa e injustificada de funcionários dos equipamentos.

A atual gestão vem construindo um aparato repressivo contra a juventude, como na restrição dos horários de funcionamento de todas as sedes e no boicote de certas atividades de lazer e cultura usufruídas pelos jovens das comunidades. As sedes da Barra do Ceará e do Jangurussu passaram a encerrar suas atividades às 18h, enquanto as do José Walter às 20h e do Mondubim às 19h. Além de ser um equipamento que beneficia diretamente a juventude, a rede também funciona como centro de apoio para as famílias da classe trabalhadora. As denúncias e atualizações estão sendo divulgadas na página “redecucaresiste”, perfil do instagram que tem como objetivo dar visibilidade às tentativas de retrocesso em relação à rede CUCA.

No dia 18 de março, na sede do Jangurussu, aconteceu uma reunião dos jovens com o Coordenador Especial de Políticas Públicas de Juventude da Prefeitura, Davi Gomes, que durou mais de cinco horas, e teve as seguintes pautas como principais:

  • Denúncia de acesso restrito aos materiais dos equipamentos para a realização de atividades.
  • Pedido de volta dos eventos culturais nos espaços dos CUCAS.
  • Denúncia de perseguição de funcionários e a mudança de nome da Diretoria de Promoção de Direitos Humanos para Diretoria de Cidadania.
  • Contra a restrição de horários.
  • Contra a perseguição de jovens na comunidade.

Os jovens também exigiram um portal de transparência dos gastos da rede, que possibilitasse o conhecimento de como os gatos estão funcionando, como estão sendo distribuídos, e a construção de uma gestão compartilhada.

Os encaminhamentos da reunião foram:

  • A redefinição dos horários
  • Criação de uma comissão de jovens com representação de todos os CUCAS
  • Uma nova reunião com o Secretário de Juventude
  • Possibilidade de participação no Conselho de Juventude.

Em relação aos horários, os equipamentos já voltaram a funcionar normalmente, fechando às 22h. A comunidade usuária da Rede CUCA continua mobilizada, acompanhando a efetivação dos encaminhamentos e denunciando os casos que continuam a surgir.