
Maior central sindical da Argentina anuncia greve geral contra governo Milei
Victor Farinelli para o Opera Mundi
Presidente prometeu ‘acelerar ainda mais’ na repressão aos protestos
A Argentina viverá uma nova jornada de greve geral no início de abril. A informação foi anunciada nesta sexta-feira (14/03) por Héctor Daer, presidente da Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical do país.
A decisão de organizar uma nova paralisação contra as políticas de austeridade do governo de Javier Milei surgiu durante o congresso da União dos Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), em Buenos Aires, realizada dois dias depois da Marcha dos Aposentados, protesto massivo que foi fortemente reprimido pelas forças de segurança.
A mobilização, segundo Daer, terá como objetivo defender as demandas dos aposentados, e também os direitos dos trabalhadores que foram perdidos após o pacote ultraliberal imposto por Milei em 2024, o qual, de acordo com suas palavras, “vem espremendo nossos salários por meio da padronização de acordos de negociação coletiva, algo que nunca foi usado dessa forma para manter os salários abaixo da inflação”.
Não foi estipulado o dia específico em que acontecerá a greve geral, mas o documento final afirmou que “será escolhida uma data que seja mais adequada, entre os dias 2 e 10 de abril”.
O líder sindical também criticou a fragmentação das organizações de trabalhadores e disse que achar necessário “fortalecer e proteger nossas entidades da mesquinharia e dos egos que aparecem em todos os lugares, pois só com organizações fortes podemos fazer a voz dos trabalhadores prevalecer neste cenário”.
Esta será a terceira greve geral na Argentina durante os 16 meses de governo de Javier Milei. Os eventos anteriores ocorreram em janeiro e em maio de 2024.
Milei promete mais repressão
Nesta mesma sexta-feira, o presidente da Argentina, Javier Milei, participou da Expo Agro, evento paralelo ao congresso da UTEP, e aproveitou a ocasião para justificar a repressão contra os manifestantes presentes na Marcha dos Aposentados.
Além de dizer que o trabalho da polícia “não foi contra pessoas pacíficas, foi contra filhos da puta que escondem a cara para defender as propinas que recebem”, o mandatário negou que pretenda revisar os protocolos policiais para os próximos protestos, e explicou sua postura fazendo uma analogia automobilística.
“Aqueles que me conhecem sabem que eu acelero até nas curvas. Vou acelerar ainda mais (em futuros atos contra o governo)”, disse Milei.
Com informações de Página/12 e El Destape.
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