Movimentos Populares realizam Ato contra o fechamento das barcas na Ilha do Governador

Movimentos Populares realizam Ato contra o fechamento das barcas na Ilha do Governador

Por: Redação · Foto de Capa: Felipe, militante do núcleo UJC - Ilha do Governador · Artigo: Gustavo Pedro – militante do PCB e da UJC no Rio de Janeiro

Nesse domingo, dia 5 de março, um conjunto de movimentos populares e de juventude realizou um ato contra o fechamento das Barcas do Cocotá, na Ilha do Governador. Na última semana a CCR Barcas, concessionária responsável pelo gestão do transporte aquaviário na Baía de Guanabara, ameaçou o Governo do Estado e a população fluminense com o interrompimento desse serviço essencial.

Sob alegação da impossibilidade de continuar prestando o serviço – que conta com tarifas absurdamente caras, sendo a mais baixa R$ 7,70 –, a  empresa buscou colocar sob risco a possibilidade de dezenas de milhares de trabalhadores, que utilizam o serviço todos os dias, de se deslocarem aos seus trabalhos, de estudar e ter algum lazer na cidade. A empresa visava pressionar pela homologação de um acordo realizado com o Governo de Cláudio Castro, em que demanda o perdão de uma dívida R$ 750 milhões de reais com o Estado. O Ministério Público contesta o acordo, aprovado em primeira instância após a pressão da concessionária, apontando a ilegalidade do mesmo por conta da existência de “suposta” vantagem financeira para a concessionária.

Um dos elementos do acordo escandalosamente danoso ao interesse público dos trabalhadores é a ameaça do encerramento da prestação do serviço à população insulana. Tal acordo não apenas se dá em um cenário de transportes precarizados, extremamente caros e insalubres para o verão carioca, como busca agravá-lo. O fechamento das Barcas do Cocotá, que hoje funcionam apenas em dias úteis nos horários de pico de ida e volta do trabalho – demonstrando que apenas a chegada dos trabalhadores em seus locais de trabalho para sustentar a reprodução do capital é levada em consideração – superlotaria ainda mais os ônibus da região. Nesse cenário é reduzida a já precária qualidade de vida dos trabalhadores e saem beneficiados os empresários que dominam os transportes e têm em suas mãos o governo de extrema-direita do, já reconhecidamente promotor de chacinas, Cláudio Castro e de seu secretário de transportes, o Washington Reis.

As principais demandas apresentadas pelos movimentos que compuseram o ato são a retomada pelo Estado do serviço, garantida a reestatização com controle popular, sob um amplo debate acerca da elaboração de um plano estadual de transporte aquaviário e a redução progressiva das tarifas do transporte até a tarifa zero, a ser atingida no médio prazo. Pautam também o fim imediato das ameaças de todas as concessionárias de transportes sobre os trabalhadores, a manutenção da estação do Cocotá, a ampliação dos horários de fornecimento do serviço e a garantia do emprego e dos direitos de todos os trabalhadores aquaviários, sob um novo acordo coletivo.

A luta popular e da juventude reafirma seu compromisso pela defesa dos interesses dos trabalhadores fluminense e o combate à lógica privatizante, imposta pelo grande capital, sobre os transportes de massa em nosso Estado desde os anos 90. A luta contra a restrição do direito de trabalhar, estudar e de circular pela cidade é uma luta de toda a classe trabalhadora.

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