Por Antonio Alves - membro do conselho editorial do portal Poder Popular

A questão da violência urbana e da segurança pública é uma preocupação mundial que expõe as contradições da sociedade capitalista, do racismo estrutural e dos problemas regionais no Brasil e no mundo.

A Organização Não Governamental (ONG) Conselho Cidadão para Segurança Pública e a Justiça Penal, do México, apresentou um relatório com dados referentes a 2022, apresentando as 50 cidades mais violentas do mundo.

O México encabeça a lista com as 10 primeiras cidades mais violentas. Dos 10 municípios brasileiros que estão na lista, 9 ficam na região Nordeste, a única fora da região está no Estado do Amazonas.

O critério estabelecido pela ONG foi a taxa de homicídios proporcional para cada 100 mil habitantes. Por exemplo, a cidade que ocupa o primeiro lugar do Brasil é Mossoró, no Rio Grande do Norte, tem uma taxa de 63,21 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Segue a lista:

1° - Mossoró/RN (11°);

2° - Salvador/BA (19°);

3° - Manaus/AM (21°);

4° - Feira de Santana/BA (22°);

5° - Vitória da Conquista/BA (26°);

6° - Natal/RN (28°);

7° - Fortaleza/CE (31°);

8° - Recife/PE (35°);

9° - Maceió/AL (36°);

10° - Teresina/PI (48°);

É importante destacar que mesmo com a redução da taxa de mortes intensionais em comparação com 2021, o número segue alarmante (em 2021 foram 47,503 assassinatos), dos quais 76% foram com armas de fogo.

O racismo estrutural é outra marca assustadora dentro dessa pesquisa, pois revela que 77,9% das vítimas eram negras. A faixa etária de 50% dessas vítimas era de 12 a 29 anos, destes, 91% eram do sexo masculino.

A questão da violência urbana segue como um grande gargalo para o Brasil e o mundo, a pesquisa apenas expõe a ponta do iceberg da violência e o dramático cenário para a classe trabalhadora que vive expostas a violência policial e o aumento da criminalidade protagonizada pelo tráfico e pelas milícias de justiceiros.

Não existem saídas fáceis para a resolução dos problemas da segurança pública, mais é preciso pensar e elaborar um programa de médio a longo prazo para reduzir a taxa de homicídios e feminicídios no Brasil.

Fonte: Fórum de Segurança Pública, Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal.

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