Não a perseguição e censura nas redes sociais!
Lucas Silva - Jornalista, militante antirracista e membro do conselho editorial do Poder Popular
Vivenciamos um contexto de grave crise do sistema capitalista mundial, em que medidas econômicas e sociais anti-povo são intensificadas e o desmantelamento das liberdades democráticas fica cada vez mais acelerado, dando combustível ao crescimento da direita reacionária e neofascista pelo mundo, sobretudo em locais onde o movimento operário está enfraquecido para esmagar essas ameaças.
Com esse cenário, atendendo aos interesses do sistema, as grandes empresas proprietárias das redes sociais fecham cada vez mais o cerco e o espaço para mídias, canais e figuras críticas ao capitalismo, ao sionismo e ao imperialismo. Presenciamos neste ano uma forte ofensiva contra páginas vinculadas a organizações comunistas, classistas, sindicatos, com o banimento de vários perfis (como o jornal A Verdade dos companheiros da UP), incluindo algumas páginas locais do nosso partido (como a página estadual do PCB em SP e a página de Nova Friburgo-RJ), a desmonetização do jornal Poder Popular no Youtube, entre outros casos.
Claramente uma movimentação seletiva para favorecer o grande capital e as organizações políticas da direita reacionária, numa tentativa de impor o discurso único a favor do sistema que explora a humanidade, esgota os recursos naturais do nosso planeta e genocida o povo palestino. Esses episódios servem para ilustrar que as redes sociais não são terreno neutro, não são um território livre, não servem para substituir o trabalho de massas cotidiano e que enquanto as redes sociais forem propriedade de grandes empresas capitalistas, o trabalho de comunicação e agitação revolucionárias dentro desses espaços sempre serão limitados, boicotados e perseguidos. Os algoritmos não são isentos e neutros, e justamente por isso o trabalho de agitação e propaganda nas redes sociais (que é importante) serve de espelho, complemento, reforço do trabalho de massas junto a classe trabalhadora nos locais de trabalho, estudo e moradia.
Mas diante dessas perseguições e tentativas de censura, os revolucionários não devem se resignar e se calar. É preciso num primeiro momento denunciar fortemente essas ações de censura, perseguição e silenciamento e se solidarizar com as organizações e entidades atingidas.
Porém, junto com essas ações de solidariedade, que o PCB se soma, é preciso também estimular um amplo debate público entre as massas trabalhadoras da necessidade de enfrentar os interesses das Big Techs, com uma forte regulamentação legal numa etapa inicial, mas avançando com a perspectiva de soberania digital e construção das nossa próprias plataformas, com controle estatal e popular, pois somente assim poderemos garantir redes sociais efetivamente democráticas ao invés dos modelos atuais (verdadeiras redes de contágio, terreno fértil para todo tipo de aberração fascista), que são perniciosas justamente por servirem aos interesses do grande capital e seus mafiosos representantes.
Não a perseguição e censura aos perfis de esquerda e dos movimentos populares nas redes sociais!
É preciso construir nossas próprias redes sociais e plataformas, de maneira soberana, pública e popular!
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