Notas sobre a crise capitalista e os desafios da juventude cearense
Por Anderson Fonte, secretário político da UJC Ceará
Como sempre denunciaram os comunistas, o sistema capitalista é um sistema que não consegue se efetivar sem crises. As crises desse sistema mostraram, ao longo da história, que nos seus períodos mais dramáticos a classe trabalhadora e seus filhos são os que mais sofrem os efeitos desumanos causados por essa situação. Para a classe oprimida o que repercute é a inflação, o desemprego, a fome, a degradação moral, a depressão, a cadeia, o frio da madrugada, a humilhação e a morte. Para a burguesia os efeitos da crise sempre se apresentam como uma "marolinha": a queda nas suas taxas de… lucros (por vezes lucros já milionários ou mesmo bilionários). Na crise os grandes capitalistas, via de regra, não sentem os efeitos negativos em seu modo de vida cotidiano, apenas veem a queda nas suas taxas de lucros e a necessidade de realocar seus investimentos e aplicações financeiras – e para recuperá-las novamente invocam o herói Estado.
A prática tem mostrado que nas crises do capital tem sido o Estado que vem em socorro dos capitalistas. Embora os liberais ideólogos da classe dominante, em tempos de crise, tagarelem advogando pela retirada do Estado na economia, a prática tem os desmascarados, mostrando que isso não passa de retórica dos tempos da "normalidade". Isso fica comprovado em todas as crises, inclusive nas últimas crises de 2008 e na crise durante a pandemia do Coronavírus.
Embora a intervenção do estado em socorro dos capitalistas tenha uma eficiência prática, essa eficiência é parcial, pontual, momentânea, pois a crise capitalista é irremediável, e ela sempre retorna em mais um ciclo. É notável que o sistema capitalista ainda não se recuperou plenamente desde a crise de 2008, e que se agravou com a pandemia em 2020. De acordo com levantamento do FMI, a inflação mundial em 2022 tende a ser maior ainda que a de 2021, principalmente nos países "emergentes e em desenvolvimento" (1). As consequências da operação militar russa na Ucrânia é só mais um fator dentre vários outros fatores que destacam a total ineficiência da economia de mercado, dentro de uma crise que não se resolve desde 2008.
A CRISE NACIONAL E OS INIMIGOS DA CLASSE TRABALHADORA BRASILEIRA
Na economia de livre mercado, é a classe trabalhadora quem paga o preço mais alto da inflação. É a classe trabalhadora quem direciona sua renda para o consumo de itens necessários à sua existência. O impacto da inflação em itens básicos da sua sobrevivência impactam nas suas condições de… sobrevivência (é preciso destacar a tautologia porque ela é quase invisível para os cínicos liberais!). No Brasil, a inflação segue em alta, prejudicando a sobrevivência e o bem-estar do povo. O IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo – IBGE) já acumula 11,30% (2). A alta de preços segue sendo puxada por itens básicos e necessários como alimentação e combustível (3).
Por outro lado, parte poderosa da burguesia ganha com essa inflação. O agronegócio brasileiro (que aloca sua produção na ótica do lucro privado e não das necessidades do povo; e que, com isso, volta sua produção à exportação e não ao mercado interno) chega nesse momento até mesmo a exportar inflação junto com seus produtos (4). O agronegócio brasileiro, que antes lucrava com a fome nacional, agora lucra também com a fome internacional, e toda a classe trabalhadora, a mundial e particularmente a brasileira, pagará ainda mais caro para comer.
Enquanto o agronegócio lucra em dólar, parte do povo faz fila em carros de lixo e distribuição de ossadas (quem consegue comer come com veneno dos agrotóxicos). A fome volta a fazer parte do cotidiano de milhões de famílias. No entanto, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo! Por que o Governo Federal não tem um planejamento para direcionar a produção de alimentos prioritariamente para o combate desse mal mortal que é a fome? A resposta para essa pergunta está no fato de que o lucro em dólar das exportações do agronegócio é o mais importante para o Governo Bolsonaro/Mourão e seus aliados. Para esses, tudo bem que alguns milhões de brasileiros sejam atormentados pela fome se for o caso de um punhado de burgueses lucrarem em moeda forte.
Nesse contexto de inflação, o Governo Federal capitaneado por Bolsonaro, Mourão, Guedes e aliados, representantes que são da burguesia, não dão uma resposta planejada para o combate aos efeitos da inflação sobre os mais pobres, de combate a fome e a insegurança alimentar, que se torna presente no cotidiano de milhões de famílias. Ao contrário, o governo Bolsonaro/Mourão e aliados continuam a arbitrar os recursos e o patrimônio nacional em favor da burguesia. A política de preços da Petrobrás, que vincula o preço do petróleo ao mercado internacional, e que com isso está mais exposto aos choques externos, serve para favorecer acionistas da empresa (grande parte deles estrangeiros), enquanto a classe trabalhadora paga mais alto pelo gás de cozinha e pelo combustível. O atual Governo Federal continua a política implementada por Michel Temer/Pedro Parente em favor dos acionistas. A alta nos combustíveis faz com que praticamente todos os itens da cesta básica fiquem mais caros, repassando o preço alto pro consumidor final, as famílias, enquanto os acionistas batem recordes de lucros com a produtividade da empresa, com suas aplicações financeiras e com a privatização que a empresa vem sofrendo.
Outra empresa estratégica para a economia nacional, a Eletrobras, vem sofrendo um processo articulado de tentativa de privatização. Os constantes aumentos dos preços na conta de energia são aplicados de forma a agravar a situação de tragédia econômica e social no país. Os mais recentes desses aumentos também impactarão ainda mais no preço de itens básicos do consumo do povo, assim como a eventual privatização da Eletrobras.
Mais um aspecto a ser destacado é o galopante aumento da taxa básica de juros (Selic) aplicada pelo Banco Central (5). Em princípio, poderia se argumentar que a alta taxa de juros se justifica pelo combate à alta inflação. No entanto, a alta dos juros não vem acompanhada de política pública coordenada com outros fatores, de modo que, na prática, o efeito da taxa de juros é, por um lado, o alto pagamento dos juros da dívida pública para os playboys do mercado financeiro, e, por outro lado, o endividamento dos brasileiros e os desincentivos a investimentos que poderiam ajudar a dinamizar a economia.
A verdade é que essa política monetária de aumento dos juros ocorre porque há uma disputa de classes pelo orçamento público brasileiro. Grande parte do orçamento está sendo direcionado ao pagamento dos juros da dívida, em detrimento de investimentos públicos que combateriam o desemprego e garantiriam direitos sociais (saúde, educação, segurança, habitação, ciência e tecnologia, cultura, esportes, etc). Ao invés do orçamento ser direcionado ao povo, ele é canalizado para os rentistas. Essa prática vagabunda é possibilitada pela política do superavit primário, que aplica austeridade cortando direitos e investimentos e engorda o orçamento para o pagamento dos juros da dívida. É ainda potencializado pela Lei de Responsabilidade Fiscal e a Emenda Constitucional 95 - famigerado teto de gastos. Ainda nesse sentido, tramita no Congresso medidas de deterioração do Serviço Público. É uma verdadeira privatização dos recursos públicos.
Toda essa apropriação do agronegócio e do mercado financeiro na renda nacional é contrastante com a queda do setor industrial no PIB brasileiro. O setor industrial vem perdendo significativamente espaço no PIB. De 2010 a 2020, esse setor recuou de 27% para 20% do PIB, encolhendo no período 33%. Isso acarretou uma perda de mais de 800 mil postos de trabalho (6). Em comparação, só em 2021 o agronegócio aumentou em mais de 27% sua participação no PIB, o maior índice desde 2004 (7). A desindustrialização caminha de mãos dadas com o desemprego.
É importante destacar que todo esse cenário se desenhou e se desenha com outros dois importantes setores de sustentação da classe dominante brasileira, o Partido Fardado e o PIG- Partido da Imprensa Golpista (8). As Forças Armadas não só são uma parte a mais que compõem o Governo Federal, mas são um dos sustentáculos desse governo. Para além dos cargos de primeiro escalão do governo, à frente de pastas ministeriais, os militares já compõem mais de 6.000 cargos comissionados no Estado. A farra das forças armadas com privilégios orçamentários colocam esses arautos da disciplina e da ordem como uma categoria privilegiada em meio a carestia e a crise econômica. Não à toa esse setor deve ser responsabilizado por dar sustentação e ser vanguarda da política genocida de Bolsonaro e ser conveniente com o armamento de hordas fascistas que se armam e se municiam com a flexibilização dos chamados CACs - caçadoress, atiradores e colecionadores de armas de fogo. O registro de armas de fogo para CACs no ano de 2021 saltou de 59.439 registros para 257.541. Nesse mesmo período, o número de CACs saltou de 255.402 para 1.085.888 (9). Todo esse contingente fortemente armado, possibilita o armamento de milícias, garimpeiros e hordas fascistas. Esses compõe base social do governo, e são um capital político para poder de dissuasão política e social. Servem assim como vanguarda de repressão social do Partido Fardado contra os movimentos sociais, contra a juventude, gays, negros, mulheres e indígenas - por vezes até de setores institucionais burgueses como o STF e o Congresso.
Já a mídia hegemônica, por sua vez, vem tendo vultosas receitas através de gastos do governo Bolsonaro com publicidade na TV. São mais de R$ 488, 8 milhões gastos, tendo o Governo Bolsonaro gastado mais ainda que o Governo Temer e o segundo mandato do governo Dilma. A concessão pública de transmissão de rádio e tv segue concentrada na mão de poucas famílias. Uma dessas concessões é para um dos maiores lixos midiáticos da história brasileira, a TV Globo, e se encerrará em outubro em meio às eleições presidenciais. Essa emissora não prestará suas contas com a população brasileira, pois se prestasse deveria ter seus privilégios cortados. Certamente, farão acordos pelo alto para manter o seu benefício de iludir o povo brasileiro, sonegar impostos, e abocanhar parte do orçamento por mais algum tempo. Continuará assim a promover, através de sua programação, o colonialismo cultural e o jornalismo de classe, em detrimento da valorização da cultura popular, nacional e anti-imperialista.
Líderes evangélicos também se beneficiam da concessão pública de transmissão de rádio e TV, sendo as igrejas evangélicas verdadeiras proprietárias de veículos de mídia que circulam em rádio e TV aberta. Terão concessão para promoverem em suas programações a intolerância religiosas contra as religiões de matriz africana, vociferar contra o direito a aborto seguro, a promover a teologia da "prosperidade". Além dos lucros que ganham com esse empreendimento, líderes religiosos se beneficiam também do orçamento público através de ocupação de cargos do governo, inclusive no Ministério da Educação. É a verdadeira sagrada sede do ouro.
Em contrapartida ao ganha-ganha dos grupos da classe dominante brasileira, a grande maioria da população se encontra na total penumbra da crise capitalista. Além da carestia, a classe trabalhadora brasileira sofre com um alto índice de desemprego. São quase 12 milhões de desempregados no país, 11% da força de trabalho. Porém, a vida real ainda é mais trágica do que a metodologia do IBGE pode abarcar se tivermos em conta que nesse percentual não se encontra os desalentados, aqueles que deixaram de buscar emprego a mais de 1 mês. Foi notório durante a pandemia em 2020 a alta demanda dos chamados "invisíveis", pessoas que não estavam identificadas pelo Estado, pois não tinham emprego formal e nem recebiam auxílios do governo. Foram mais de 38 milhões de brasileiros "descobertos" pela solicitação do auxílio emergencial (10). Ainda, podemos destacar que no Brasil a atividade informal é enorme, são em torno de 40 milhões os brasileiros no corre do dia a dia sem emprego formal. Estamos falando de uma massa de brasileiros entregues à própria sorte, em meio ao encarecimento da vida.
A juventude é o grupo social que mais sofre com o desemprego. Desde 2016 o percentual de jovens fica acima de 20% (11). A dificuldade se dá principalmente para entrar no mercado de trabalho. Muitos jovens não conseguem e acabam sem perspectiva de vida. Estamos falando de um índice que afeta o futuro, o bem-estar, a dignidade, a saúde física e mental de milhões de jovens. Pesquisa do UNICEF aponta que em torno de 1 a cada 6 jovens entre 10 e 19 anos sofre algum transtorno mental, número agravado com a pandemia (12).
A resposta da classe dominante aos jovens brasileiros têm se dado através de uma perspectiva reacionária. A burguesia sempre vem pautando propostas que defendem a diminuição da maioridade penal, e tem também promovido, com a articulação do Governo Federal, a criação em massa de comunidades terapêuticas. A classe dominante oferece o mundo cão para um jovem brasileiro filho da classe trabalhadora. Se for filho de desembargador, oficial das forças armadas, ou qualquer outro herdeiro, você está livre para cometer crimes e desfrutar da impunidade (foi emblemático o caso de estupro contra a jovem Mariana Férrer, onde um empresário foi inocentado desse caso com a tese de "estupro culposo", e tantos outros casos como esse em nosso país).
Assim, é notório que a atual crise social e econômica brasileira não tem o mesmo efeito para todos. A burguesia nacional lucra com a crise, se apropriando de grande parte da renda nacional e do orçamento público. Os setores do agronegócio, mercado financeiro, líderes evangélicos ligados ao Governo Federal, oficiais das Forças Armadas, grande mídia são os que lucram com o atual cenário, um cenário de caos planejado com a mediação do Estado, diretamente com o Governo Bolsonaro-Mourão-Guedes e os seus aliados. Esses são os inimigos da classe trabalhadora brasileira. Se estão lucrando com essa crise, por que deveriam promover medidas que pudessem superá-las? É irracional exigir isso desses facínoras. É preciso organizar a classe trabalhadora e seus filhos, a juventude. São esses os sujeitos políticos que poderão arrancar as vitórias de seus inimigos.
O PREÇO DA CRISE CAPITALISTA CEARENSE: O LUCRO DA BURGUESIA E A PRECARIZAÇÃO DA JUVENTUDE
Apesar de não fazer parte do centro dinâmico do capitalismo brasileiro, o estado do Ceará não está isolado dos efeitos da crise capitalista. Embora o estado apresente um PIB crescente e com maior média que o do Brasil (e com uma configuração diferente), salta aos olhos que em nosso estado a atual situação econômica se caracteriza por uma grande desigualdade social, desemprego e carestia.
O crescimento do PIB estadual e também sua dinâmica vai na contramão do PIB brasileiro. O Produto Interno Bruto cearense cresceu mais de 6,63% em 2021 comparado ao ano de 2020. Esse crescimento foi puxado pelo setor da indústria e de serviços; o setor industrial teve a participação de 13% e o de serviço 5,96%. Das atividades do setor industrial, o melhor desempenho foram dos segmentos de eletricidade, gás e água (29,32%), e em seguida o segmento da Construção Civil (15,06%) e indústria de transformação (6,60%) (13). Isso explica a enorme influência de instituições como a Federação das Indústrias do Estado do Ceará - FIEC e também da Federação dos Comércios Fecomércio-CE e a Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL. Por exemplo, essas instituições estavam presentes no Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus, pautando toda a política do estado em meio a crise sanitária, comitê esse que não teve a participação dos sindicatos da categoria da construção civil e dos rodoviários, categorias que não pararam o serviço durante a pandemia.
Apesar do crescimento do PIB estadual, o último estudo do IBGE sobre a desigualdade cearense enfatiza a ainda brutal desigualdade social do nosso estado. De acordo com a pesquisa, metade da população cearense se encontra na extrema pobreza (mais de 9% da população) ou pobreza (mais de 40% da população). Graças aos benefícios sociais, principalmente o auxílio emergencial, a situação não foi pior que anos anteriores da pandemia de 2020, o que destaca a importância desse programa social para os cearenses (14). Por outro lado, o Ceará figura como o 6° estado brasileiro com o maior número de bilionários e o primeiro do Nordeste. São… 17. 17 bilionários cearenses figuram na lista da Forbes como os mais super-ricos. Os indivíduos e famílias super-ricas estão nos setores de saúde, alimentação, energia e tecnologia. Setores que mais impactam na vida do povo (15). Assim, o Ceará é o terceiro estado mais desigual do país.
A inflação atinge o Ceará de modo dramático. Os aumentos no preço do combustível e do gás de cozinha, acompanhando a inflação nacional, são quase diários. Entre março e abril o preço médio da gasolina sobe 11%, chegando a custar R$ 7,47 nos postos de combustíveis. Essa é a consequência direta da Política de Preços da Petrobrás, política que vincula o preço dos combustíveis ao preço no mercado internacional (em dólar). (16)
O aumento no preço dos combustíveis foi um dos pretextos para as empresas de transporte público em Fortaleza terem aumentado no início de 2022 o aumento das passagens. No início de 2022, ainda na pandemia, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, a pedido da patronal SINDIÔNIBUS, anuncia aumento do valor da passagem de ônibus, mesmo após as empresas reduzirem significativamente parte de sua frota no ano anterior. A Prefeitura Municipal de Fortaleza e o Governo do Estado ainda repassarão às empresas de transporte o subsídio de 6 milhões por mês, com a desculpa de abater parte do preço técnico estipulado pela Etufor. (17) Isso acontece sem nenhum debate público e transparência pública da planilha de lucro das empresas. Também não houve nenhum debate amplo quando as empresas demitiram em 2019 demitiram quase um terço dos trocadores de ônibus em um processo de aplicação do autoatendimento. Além disso, a Prefeitura Municipal de Fortaleza anunciou recentemente edital para privatização de todos terminais de Fortaleza. Na prática, essa política coloca nas mãos de empresas privadas o acesso dos usuários aos terminais, o que dá margem a histórica repressão aos ambulantes vendedores e a juventude que circula nos terminais (18).
Um outro fator que encarece a vida do cearense é o aumento abusivo da conta de energia elétrica. Recentemente, a Enel anunciou um aumento do preço da conta de energia em torno de 25% (19). Esse aumento impactará um acréscimo de 10% no preço de itens nos supermercados. Afetará diretamente na alimentação, higiene e bem-estar da classe trabalhadora cearense (20). O aumento acontece sem qualquer debate amplo e público com a sociedade, a exemplo de como foi a privatização abrupta da antiga empresa fornecedora de energia elétrica COELCE, privatizada no contexto de privatizações nacionais da era FHC. Hoje a Enel, herdeira da antiga estatal COELCE, detém poder privado sobre esse setor estratégico para a economia do estado e essencial na vida da classe trabalhadora, que sofre as consequências dessa privatização. A carestia, em âmbito nacional mas também estadual, é incitada pela lógica privatista dos setores energéticos estratégicos para a economia (em âmbito nacional, a política de preço da Petrobrás e privatização da Eletrobras; em âmbito estadual, a gestão de preços da Enel) e essenciais para o povo. Está na ordem do dia rever a privatização da Enel.
Além da concentração de renda e da carestia, um outro dado preocupante em nosso estado que reflete o cenário nacional é o alto índice de desemprego. A crise se agudiza com uma dramática situação de 11% de cearenses sem emprego, índice que não se diferencia muito do nacional. (21).
Todo esse cenário é ainda mais dramático quando se trata da juventude. Os aumentos na passagem de ônibus afetam diretamente esse grupo, que precisa se locomover para estudar, trabalhar, para o lazer e cultura, e até mesmo para buscar emprego. O aumento do preço da conta de energia dificulta o acesso à internet e, consequentemente, no acesso à informação sobre qualificação e mercado de trabalho. O desemprego nesse segmento atinge números alarmantes. Perto de ⅓ dos jovens cearenses entre 15 e 29 anos não estudam e nem trabalham. Estamos falando de 688 mil jovens que veem sua expectativa de uma vida digna se deteriorar. (22).
Esse é um grande contingente do exército industrial de reserva, exército desarmado diante da crise capitalista, onde são colocadas poucas alternativas de acesso à renda, e nas mais das vezes uma renda deteriorada em um emprego precarizado para quem conseguir. Exemplo disso é o programa de jovem aprendiz Primeiro Passo. Embora tenha o objetivo de inserir jovens no mercado de trabalho, o programa é um prato cheio para as empresas que se apropriam de uma força de trabalho jovem e proativa em troca de redução de custos com um pagamento que chega em volta de meio salário. Embora exista o fato de que esses jovens aprendizes trabalham por um menor expediente (4-6 horas), nesse expediente trabalham com a mesma ou mais intensidade de um trabalhador efetivado (às vezes trabalham até mais na esperança de ter o seu emprego efetivado). Acontece de a pressão pela efetivação ser um fator de persuasão para que o jovem trabalhador aceite resignado as condições de superexploração, sendo às vezes um faz tudo dentro da empresa.
Outros que conseguem um emprego formal tendem a se ocupar em outros segmentos que são notórios recrutadores de mão de obra juvenil, como os setores do telemarketing/Call Center e do comércio varejista. Quase a totalidade desses empregos são mal remunerados em relação ao dispêndio de energia física e mental que passam esses trabalhadores. O desgaste psicológico é um acúmulo de situações de constrangimento com atendimento em empresas que oferecem péssimos serviços aos clientes, assédio moral, falta de incentivo, exigência de metas inalcançáveis.
A juventude universitária cearense se situa em um contexto de falta de perspectiva de mercado de trabalho e de um sucateamento estrutural de suas instituições de ensino. O interventor Cândido, nomeado interventor na UFC por Bolsonaro, segue aplicando a sua agenda de perseguição à comunidade universitária organizada (movimento estudantil e associação de docentes ADUFC). Essa movimentação acontece porque o interventor precisa conter e desmobilizar esses combativos defensores da universidade pública para seguir aplicando a sua agenda neoliberal de automação dos serviços da universidade, restrição do acesso e permanência (o crédito no guichê do R.U. aumentou de R$ 1,10 para R$ 3,00) e deterioração do ensino público. Recentemente, Cândido interveio na direção da Rádio Universitário afastando um professor diretor do veículo e planejando modificações na grande jornalística e nas listas de músicas vinculado às africanidades, promovendo o cerceamento do debate público, a perseguição pessoal e o apagamento da cultura popular no âmbito da universidade.
Na Universidade Estadual do Ceará - UECE, o histórico sucateamento tem permanecido nas atuais gestões. Recentemente, foi publicado o edital de concurso de admissão de docentes que não assegura dedicação exclusiva; no caso dos estudantes, a histórica escassez de bolsas e auxílios permaneceu menor que a demanda mesmo no pós-pandemia. O retorno das aulas presenciais mostraram o quanto ambas instituições de ensino não se prepararam estruturalmente para a segurança sanitária e a garantia de permanência dos estudantes. Em ambas foram notáveis problemas com estrutura física.
Esse estado de coisas nas universidades públicas é a ponta do iceberg da gestão capitalista sobre as universidades. Hoje essas instituições não estão fundamentadas nas essenciais necessidades da classe trabalhadora e da juventude, mas são pautadas pela lógica do mercado. É preciso construir a universidade brasileira na perspectiva da universidade popular, uma universidade que entenda sua posição na dinâmica de um capitalismo dependente e que seja pautada por aqueles que dão sustentação a essa universidade, a classe trabalhadora, e não por empresas privadas que tentam financiar e gerir linhas de pesquisas para fins mercadológicos, muitas vezes através do trabalho mal remunerado de jovens pesquisadores. Por isso é cada vez mais necessário em nosso país o MUP - Movimento Universidade Popular, um movimento de jovens lutadores que atuam na construção de uma universidade construída pela e para a classe trabalhadora.
Ainda, existem os 688 mil jovens que não conseguem nada, nem emprego e nem trabalho! Por não conseguirem nada, essa juventude tende a buscar respostas que possam se apresentar como alternativa. Engajado por sua proatividade e criatividade, a juventude cearense tem buscado expressar sua justa revolta através de uma diversa manifestação cultural. É bem presente nas periferias da grande Fortaleza, manifestações da cultura popular e periférica como as batalhas de rap, saraus de poesia, saraus de reggae, forró de favela, bibliotecas populares. Desse caldo cultural tem despontado em nosso estado um rap socialmente engajado, como podemos observar nas produções dos artistas populares Don L, Mateus Fazeno Rock, Erivan e Produtos do Morro. Tem sido um destaque os bailes de Reggae da Cidade 2000, Jangurussu, e a batalha de rap no Mirante. Cabe destacar também o valoroso engajamento das bibliotecas populares a exemplo das bibliotecas Adianto (Barra do Ceará), Okupaçao (Antônio Bezerra) Viva Barroso (Barroso), Livro Livre Curió (Curió) Bate Palmas (Conjunto Palmeiras), Quintal Cultural (Bom Jardim), Coisa de Preto (José Walter), várias dezenas de outras iniciativas de resistência e difusão das bibliotecas populares.
Uma das respostas do estado à essas iniciativas têm sido em alguns casos a falta de incentivos e em outros a repressão. É histórico os casos de apavoro policial nas batalhas de rima e reggaes, acabando com os eventos, agredindo e prendendo jovens. Quem tem relação com esses espaços sabe que essa atitude da Polícia Militar é recorrente, embora nem sempre apareça na TV Verdes Mares, na Jangadeiro e na TV Cidade. O forte aparato da Polícia Militar, que teve um enorme recrudescimento na gestão de Camilo Santana (PT), com destaque para expansão do RAIO, é instrumental para a aplicação da violência sobre as manifestações da juventude. A violência brutal, gratuita e perversa da Polícia Militar contra a juventude foi emblemática no caso do menino Juan de 14 anos, assassinado por um PM com um tiro na cabeça após abordagem no Mirante do bairro Vicente Pizon em 2019. Outro caso foi o do garoto Mizael de 13 anos, assassinado por PMs após policiais invadirem sua casa e o executarem, na cidade de Chorozinho, região metropolitana de Fortaleza. Apesar desses casos dos meninos Juan e Mizael, e outros, como o da chacina da Messejana, terem grande repercussão, a violência policial no estado não é um caso isolado, e sim histórico.
Mesmo equipamentos culturais oferecidos pelo poder público, como os CUCAs em Fortaleza, tem se encaminhado no sentido de colocar a juventude numa tutela policial. Esses equipamentos que oferecem oportunidades de esportes, lazer cursos profissionais e artísticos, tem sua vigilância executada por uma Guarda Municipal fortemente armada. Em alguns CUCAs foram construídas torres de vigilância com alta tecnologia de identificação e controle, a exemplo da torre construída no CUCA Jangurussu. Essa prática vai na lógica repressiva de tratar a juventude como um segmento sempre tutelado pelas armas policiais, indo no sentido do encarceramento juvenil.
Já no âmbito pedagógico, outro fator que impera nos CUCAs é sua lógica de fomentação da ideologia liberal-empresarial, oferecendo cada vez mais em sua oferta pedagógica cursos ligados ao empreendedorismo. Enganam a juventude com a propaganda da possibilidade do sucesso empresarial, uma lógica fomentada por setores liberais da Secretaria de Juventude da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Essa propaganda é uma irresponsabilidade e um engodo para a juventude fortalezense; uma irresponsabilidade porque é colocada sobre esses indivíduos a total responsabilidade pelos seus sucessos e fracassos; um engodo porque não leva em consideração a realidade concreta do jovem cearense, sua posição em um país de uma economia dependente, subordinada ao centro do capital na divisão internacional do trabalho, e em uma crise que coloca essa juventude como um segmento marginal na sociedade. (23)
Porém, outra possibilidade que se apresenta danosamente à juventude são as facções criminosas. A base dessas organizações tem sido a juventude. É nesse setor que são facilmente recrutados aqueles que vão operar na linha de frente desses grupos. São esses jovens da linha de frente que são colocados em combate com rivais e com a polícia, são explorados nos serviços de varejo do tráfico de drogas, enquanto os verdadeiros barões das drogas estão protegidos em suas mansões de luxo, circulando em seus helicópteros e carros do ano. O tráfico de drogas é um mercado que movimenta muito dinheiro, num fluxo interno mas também externo. A exportação de drogas, por exemplo, depende de uma robusta estrutura logística e de relações político-institucionais que não podem ser garantidas pelos jovens sem capital da periferia. Basta uma pesquisa rápida e veremos que as notícias destacam o envolvimento de grandes empresários, políticos de direita (liberais e conservadores) e até aviões da Força Aérea Brasileira na gerência desse lucrativo negócio. Enquanto os barões das drogas lucram por cima, ilesos da cadeia e de confrontos com rivais, são os jovens recrutados que servem de bucha de canhão para esse mercado.
Nessa conjuntura, o fascismo se apresenta com discurso fácil à juventude. Busca construir uma narrativa de que a solução dos problemas que enfrenta a juventude perpassa por mais repressão, defesa de "valores tradicionais", e perseguição à "minorias" sociais. Embora ainda minúscula e envergonhada, essa frente ideológica fascista na juventude tenta se articular através de células nacionalistas de extrema direita e integralistas. Esses setores tentam reduzir a "questão da juventude" ao apelo moral e ideológico, e por isso por vezes buscam covardemente atacar fisicamente gays, negros e mulheres. Por sua visão equivocada do capitalismo brasileiro, por sua atuação fora do centro dinâmico do capitalismo brasileiro, e, conjugado a isso, pela postura reacionária, esses setores não conseguem adesão fácil e ainda são bem minúsculos aqui no Ceará, mas não podem ser subestimados quanto elemento ideológico em articulações empoderados pelos setores fascistas no Governo Bolsonaro-Mourão-Guedes e por lacaios como o senador Raimundo Girão e o deputado federal Capitão Wagner (este último acusado de envolvimento em recentes motins policiais).
Portanto, vemos que, na crise capitalista, a juventude é um dos elos mais fracos, é onde a corda rebenta mais forte. Para a juventude, existe uma situação de dupla opressão, uma opressão econômica e uma opressão policial. A juventude é um dos setores que mais se degradam materialmente com a crise e, assim, é preciso uma forte contenção dissuasória e coercitiva desse setor, através de mecanismos ideológicos e também policiais. Em particular, a juventude cearense tem essa opressão potencializada, tendo em vista a localização de nosso país na organização do capitalismo mundial e, especificamente, do nosso estado na periferia desse sistema capitalista. O atraso econômico da nossa região tem reflexos ainda hoje, e a situação da atual crise torna mais grave o capitalismo como insustentável em nosso estado (24*). O dilema que se coloca para a juventude cearense hoje é: ou o rompimento com a atual ordem social decadente, conjugado a isso a organização de um mundo novo construído também por nossas próprias mãos ou a barbárie implacável do realismo capitalista.
OS DESAFIOS DA JUVENTUDE CEARENSE: CRIAR, LUTAR, PODER POPULAR!
A crise local reflete a crise internacional e nacional. Essa crise não é igual para todos. Nela, a burguesia assegura parte de seus lucros, inclusive através de aumento nos preços dos bens e serviços e da precarização da força de trabalho. Enquanto isso, a classe trabalhadora segue sofrendo as consequências, pagando por essa crise. A juventude é um dos segmentos que mais sofrem diretamente com o preço pago nessa crise, são os filhos da classe trabalhadora os que mais sentem. O capitalismo já demonstra que dificilmente irá se recuperar em curto prazo, e, caso isso venha a ocorrer, não se sustentará por muito tempo. Nesse ciclo, a juventude cearense, uma juventude na periferia do sistema, pagará sempre, enquanto nesse sistema os burgueses assegurarão seus lucros sempre. Para a juventude cearense viver, e viver dignamente, é preciso que o capitalismo seja superado e que construamos em seu lugar uma sociedade onde as necessidades humanas sejam a prioridade da produção, onde a juventude possa realizar a sua essência, realizar-se a si mesma. Isso só é possível através da construção de uma revolução socialista. O capitalismo já demonstrou e demonstra que não realizará os anseios da juventude. As condições para a realização da juventude só se darão com a socialização dos meios de produção, ou seja, uma revolução socialista.
A estrutura socioeconômica brasileira já é bastante desenvolvida, de modo que nessa estrutura já estão as condições objetivas para realizarmos o socialismo e a consequente dignidade da juventude brasileira em geral e a juventude cearense em particular (25). Assim, é necessário antes uma ruptura com o atual sistema, uma ruptura com o capitalismo. É preciso que essa ruptura anticapitalista seja construída pelas nossas próprias mãos, pelo povo trabalhador e sua juventude. Essa construção é a construção de um poder alternativo ao poder do capital (expressas nas instituições burguesas), essa construção é a construção do poder popular. A juventude precisa ser sujeito da construção desse Poder Popular, e o Poder Popular só se efetivará plenamente com a participação da juventude como sujeito dessa construção.
Essa participação ativa, revolucionária e consciente da juventude só se dará com o forjamento de uma juventude organizada, disciplinada e mobilizadora. É necessário que essa juventude esteja organizada em torno desse projeto da revolução socialista, e que, com isso, esteja engajada em uma sólida formação teórica, uma formação acerca da realidade da revolução brasileira, da formação histórica e socioeconômica do Brasil, o conhecimento do capitalismo contemporâneo, da literatura marxista-leninista (além de uma sólida formação cultural geral). Essa organização também se configura em uma eficiente agitação e propaganda, capaz de convencer a juventude desse projeto e da sua organização.
Essa construção será possibilitada por uma juventude disciplinada, numa disciplina consciente, revolucionária, que dialoga também com a criatividade. A tarefa de derrubar o sistema capitalista que nos oprime e a construção de uma nova sociedade exige uma determinação à altura. A disciplina não exclui necessariamente a criatividade, a sensibilidade, a jovialidade, e o ludismo. Essa conduta militante, que se transforma na práxis em uma cultura militante, deve estar enraizada na consciência dos jovens lutadores, mas deve estar inspirada também no histórico da luta do movimento comunista brasileiro, onde vários camaradas foram desde a juventude foram quadros dirigentes da construção revolucionária brasileira, como a camarada cearense Ana Montenegro, Leôncio Basbaum, Carlos Marighella, dentre vários outros militantes do centenário Partido Comunista Brasileiro.
A organização e a disciplina são fundamentais para a mobilização. A vanguarda revolucionária da juventude deve intervir em setores estratégicos da juventude cearense, numa perspectiva mobilizadora de estudantes (universitários e secundaristas), de jovens trabalhadores (área do comércio, telemarketing/Call Center, comunicação, tecnologia e engenharias), da cultura (em suas várias expressões). É preciso que essa mobilização seja conduzida não só na Região Metropolitana de Fortaleza, mas também nos quatro cantos do estado, sendo uma mobilização cada vez mais interiorizada, tendo em vista a expansão da crise capitalista sobre a juventude para além da capital cearense.
A UJC no Ceará está mais viva do que nunca. Se em alguns poucos anos atrás éramos uma ferramenta ainda em rearticulação, com o sacrifício organizativo de valorosos camaradas, hoje a UJC está presente em várias regiões do estado, em variados segmentos da juventude. Estamos presentes na região metropolitana, Sobral, Cariri, Sertão Central, e em outras cidades pelo estado. Estamos em um trabalho militante buscando organizar a juventude no movimento estudantil das instituições públicas e privadas, em setores táticos da juventude trabalhadora, e articulando trabalhos no âmbito da cultura. Buscamos articular uma juventude que ousa intervir ativamente na luta de classes em nosso estado. Temos muito trabalho pela frente, e por isso todos jovens cearenses estão convidados para ser sujeitos ativos dessa construção revolucionária.
A União da Juventude Comunista - UJC, que esse ano completará 95 anos de existência, é um histórico instrumento da juventude brasileira que objetiva a organização dessa juventude na perspectiva da revolução socialista. Desde o século passado, a UJC esteve presente nas várias lutas do povo brasileiro, como na construção da União Nacional dos Estudantes, na luta pela adesão do Brasil na II Guerra contra os países do eixo nazifascista, da luta pelo Petróleo é nosso, na luta contra a participação na Guerra da Coreia, na luta contra a ditadura empresarial-civil-militar. Tivemos grandes camaradas que lutaram valorosamente pela causa da classe trabalhadora. Lembramos o camarada José Montenegro de Lima, jovem militante, comunista cearense histórico, que foi sequestrado pela execrável ditadura militar.
A UJC sempre esteve presente nas várias lutas do povo e da juventude brasileira, e hoje não é diferente. Objetivamos organizar a juventude brasileira na construção do poder popular e do socialismo. Enquanto o capitalismo apresenta para a juventude os efeitos degradantes de sua crise, apresentamos para a juventude a luta por uma nova sociedade. Enquanto o capitalismo apresenta para a juventude os escombros do capitalismo, apresentamos as ferramentas onde construiremos o mundo novo.
1 https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/tag/inflacao-mundial/
2 https://www.ibge.gov.br/explica/inflacao.php
4https://suisite.com.br/guerra-fara-brasil-exportar-inflacao-de-alimentos-ate-2023/
8 O PIG, Partido da Imprensa Golpista, foi uma caracterização descrita pelo jornalista Paulo Henrique Amorim para designar a conduta elitista e golpista dos grandes grupos das comunicações no Brasil. Uma interessante autor marxista sobre o poder das grandes empresas de comunicação no Brasil é Pedrinho A. Guareschi. Seu livro clássico Comunicação e Poder mostra a influência dos meios de comunicação de massa internacionais na luta ideológica na América Latina.
10https://economia.uol.com.br/reportagens-especiais/os-invisiveis-do-auxilio-emergencial/#page1
12https://www.unicef.org/brazil/saude-mental-de-adolescentes
23 Sobre a questão da marginalidade de um ponto de vista marxista vale a pena destacar a obra de Lucio Kowarik Capitalismo e Marginalidade na América Latina.
24 Sobre o desenvolvimento histórico-econômico da região Nordeste, podemos destacar as reflexões de Caio Prado Jr, Celso Furtado e Chico de Oliveira. A literatura regionalista nordestina também é riquíssima em reflexões do desenvolvimento social do nordeste, onde podemos destacar o pernambucano José Cabral de Melo Neto, o alagoano Graciliano Ramos, o paraibano José Lins do Rego, o bahiano Jorge Amado, os cearenses Rodolfo Teófilo, Rachel de Queiroz e os escritores da padaria espiritual (Adolfo Caminha, Antônio Sales, Oliveira Paiva, etc).
25https://lavrapalavra.com/2016/05/24/o-brasil-esta-maduro-para-o-socialismo/
- Editoriais
- O Jornal