Nova ocupação em Jaguaruna-CE

Nova ocupação em Jaguaruna-CE

Por: O Poder Popular ·

Organização Popular - OPA

Na manhã de 29 de junho, famílias camponesas Sem Terra, ocuparam uma fazenda no município de Jaguaruana-CE.

O município é historicamente invadido por latifúndios e grandes empresas, o que gera uma imensidão de trabalhadores sem acesso livre à terra.

Desde a década de 1990, a concentração das terras em mãos de poucos se intensificou com a chegada das empresas de camarão, a carcinicultura. Este modelo devasta a natureza, polui e esgota as fontes de água, provocando incontáveis problemas sociais.

Baquit é o nome da fazenda ocupada. Ela se encontra há anos improdutiva, com estruturas totalmente abandonadas.

O Instituto de Terras do Ceará, o IDACE, iniciou negociação para aquisição da área para fins de Reforma Agrária, em nome da Ocupação Gregório Bezerra-OPA, mas o processo atualmente está paralisado. O fazendeiro quer um valor quase duas vezes maior do que o laudo técnico feito pelo mesmo órgão atesta ser o justo.

As famílias também tentam uma audiência com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o INCRA, para encaminhar a solução da questão. Aguardam agendamento da parte da superintendência.

"Essa terra foi roubada de nossos ancestrais. Agora estamos retomando, pegando de volta o que é nosso. Queremos e vamos produzir aqui a vida, com respeito à natureza. Eu era pequeno, quando passava o avião jogando agrotóxico sobre nossas cabeças. Era dessa mesma fazenda! Nossa gente, água, terra e alimentos não merecem ser envenenados, como estão sendo. A população de Jaguaruana e do Brasil precisam de dignidade. E nessa sociedade de injustiça, a dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras só se conquista com organização e luta, muita luta!", declarou Raimundo Max, agricultor Sem Terra membro da coordenação local da OPA.

Participaram da ação, como forma de apoio, militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro (CFCAM) e da União da Juventude Comunista (UJC).

"No estágio do desenvolvimento do sistema capitalista no Brasil, não resta outra alternativa ao proletariado, senão a sua organização e a sua luta direta pela construção do Poder Popular", falou enfaticamente Chico Malta, do PCB.

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