Por Kate Lane - militante do PCB e da Unidade Classista - RJ
O Fascismo não é radical, é criminoso e deve ser combatido
A mídia tem confundido a população ao nomear incorretamente os fascistas que invadiram Brasília no último domingo. Das muitas nomenclaturas – terroristas, vândalos, golpistas (esta aplicada corretamente) – a que mais me incomoda é “bolsonaristas radicais” ou simplesmente “radicais”. Primeiro pela ideia de que a racicalidade diz respeito ao extremo, como se fosse possível ou aceitável um “bolsonarismo moderado”. O bolsonarismo é um movimento ultra conservador e reacionário da extrema-direita. Racista, machista, misógino e ultraneoliberal. É alimentado pelas elites e vive da fome e da miséria do povo. É criminoso e inaceitável em qualquer forma que aconteça.
Segundo, porque isso que chamamos “bolsonarismo” – com todas as particularidades e especificidades – não é exatamente algo novo. Aparece de tempos em tempos, mesmo que de forma diferente, na história do capitalismo e tem nome: FASCISMO. E as elites não têm medo de utilizá-lo para conseguirem o que querem: aumentar cada vez mais a exploração do povo para garantir o lucro.
Ao veicular a ideia de radicalidade pejorativamente como algo exagerado ou fora do comum, a mídia tenta dizer que o problema está nos extremos (extrema-esquerda / extrema direita). Aquela velha história da teoria da ferradura que vocês já conhecem. Ao fazer isso, a mídia, por um lado, minimiza o que fascismo realmente é (porque não tem nenhum interesse em combatê-lo mesmo) e, por outro, reforça a ideia de moderação/ apassivamento como único caminho para manutenção da ordem. Um jogo perigoso para a classe trabalhadora que tanto precisa lutar para garantir seus direitos.
Os atos que vimos no domingo não são radicais ou extremados. São criminosos! Expressam o fascismo brasileiro, financiados pelo grande capital, que se instaurou no poder nos últimos quatro anos e que dever ser varrido da nossa história para sempre – sem anistia! São expressão da covardia, da ignorância, da completa negação da ciência, da cultura e das instituições da nossa limitada democracia. Por isso, não podem, em hipótese alguma, serem equiparados à radicalidade da esquerda e das lutas populares. Estas sim, as únicas capazes de ir à raiz das coisas.
Radicalizemos.
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