Pão, Carteira Assinada e Moradia!

Pão, Carteira Assinada e Moradia!

Por: Redação · Maior greve geral da história do país contou com 40 milhões | Política

Por Lucas Silva - militante do PCB em São Paulo

Sobre o sentido da pré-candidatura comunista do PCB nas eleições de 2022

O Partido Comunista Brasileiro, através de amplo debate interno e deliberação da sua direção nacional, decidiu lançar a camarada Sofia Manzano como pré-candidata a presidência da República no dia 13 de Fevereiro deste ano. Num momento extremamente conturbado e tenso no país e no mundo, com uma grave crise do sistêmica capitalista, agravada pela pandemia da Covid-19 desde 2020, muitas pessoas nos perguntam, porque o PCB decidiu lançar uma pré-candidatura? e qual o sentido dessa pré-candidatura? qual a diferença para todas as outras?

Para começo de conversa, o PCB entra numa agitada e intensa disputa eleitoral, com uma conjuntura de 12 milhões de desempregados (sendo que 30% desse número está sem emprego há mais de 2 anos), mais de 19 milhões de pessoas passando fome, e mais da metade da população em situação de insegurança alimentar (sem saber o que vai comer nas próximas 24 horas), ao mesmo tempo em que a Petrobrás segue sendo desmontada e privatizada por dentro, através da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), instalada desde 2017 e aprofundada pelo governo Bolsonaro, impactando diretamente nos altíssimos preços dos combustíveis e consequentemente levando a inflação e a cesta básica lá para cima.

Nesse contexto, para "resolver" a situação de crise no país (com muitas aspas) temos dois polos mais visíveis e mais fortes na disputa eleitoral:

1 - O polo mais importante e preferido do alto empresariado (grande burguesia), que é o campo do neoliberalismo, com sua face mais neofascista, autoritária e destrutiva (Bolsonaro, Moro, João Dória e Felipe d'Avila), que tem como meta o extermínio completo dos movimentos sociais, o fechamento das poucas liberdades democráticas que possuímos e o ultraliberalismo levado até as últimas consequências. Dentro desse polo ainda existem as candidaturas do liberalismo tradicional de direita (Simone Tebet, Eduardo Leite e etc), que discordam de algumas questões pontuais do bolsonarismo, como a questão do negacionismo, mas no programa econômico se aliam até debaixo d'água;

2 - O polo minoritário, mas ainda como alternativa eleitoral burguesa, que é o campo social-democrata, capitaneado por Lula e Ciro Gomes, mas que conta com PCdoB, partes do PSB e a adesão de setores cada vez maiores do Psol, que se contrapõem no discurso as aberrações do neoliberalismo (como as privatizações em massa e as reformas previdenciárias e trabalhistas), mas subestima o poder das ruas e das lutas populares como vetor das transformações sociais e mesmo como fator decisivo para vitórias eleitorais, além de convidar setores do neoliberalismo para futuras composições de chapa, de programa e de governo.

Nós do PCB nos inserimos no campo revolucionário e classista, pois entendemos os limites da democracia burguesa, e que apesar das diferenças entre esses polos burgueses, no quesito bem estar da classe trabalhadora (pois jamais podemos banalizar o neofascismo bolsonarista, por pior que a social-democracia seja) e poder de compra, ambos os polos não tocarão nas grandes questões estruturais e das grandes mazelas do povo. Entendemos que o bolsonarismo é a política do pão que o diabo amassou e que a social-democracia é a política do pão seco, e para isso propomos uma política de fartura, de emprego e comida no prato da classe trabalhadora.

Dito isso, é fundamental relembrar que a pré-candidatura comunista não é uma anti-candidatura, nem anti-Lula nem anti-Bolsonaro. Somos mais, pois somos uma candidatura programática e que preza pela independência da classe trabalhadora, ou seja, que as camadas populares tenham sua própria política, seu próprio projeto para defender seus próprios interesses.

Programa esse que será estruturado em torno da defesa do SUS 100% público e universal, da Petrobrás estatal e com uma política de preços voltada aos interesses populares, da construção de frentes de trabalho urbanas e rurais, da reversão das reformas previdenciária e trabalhista e do teto de gastos, de uma política de transportes públicos estatais com perspectiva de tarifa zero, de respeito e demarcação das terras indígenas e quilombolas, da completa desmilitarização da segurança pública para acabar com o genocídio da população negra, todas estas políticas são possíveis porque os comunistas tanto eleitoralmente quanto nas lutas de massa, são norteados pelos princípios socialistas de construção do poder popular, através de conselhos deliberativos com poder decisório em todas as esferas e políticas estatais.

Pão, Carteira Assinada e Moradia, recheados pelo Poder Popular, serão o diferencial dos comunistas nas eleições desse ano, para contrapor todos os projetos da burguesia e colocar os interesses da classe trabalhadora como prioridade zero!

Compartilhe nas redes sociais