PCB e UJC participam de ato público contra o agronegócio em Campo Grande, MS

PCB e UJC participam de ato público contra o agronegócio em Campo Grande, MS

Por: O Poder Popular ·

Rita Barbosa, militante do PCB-MS

Na manhã deste sábado (21), militantes do Partido Comunista Brasileiro, da União da Juventude Comunista e do Movimento Universidade Popular se aliaram a outros movimentos sociais para a realização de um ato de protesto contra o agronegócio, em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Aproximadamente cinquenta pessoas de diferentes organizações e movimentos estiveram presentes no ato, levantando palavras de denúncia sobre as violências praticadas por fazendeiros do agronegócio contra comunidades indígenas e contra os biomas do estado.

Conforme dados do ICMBIO e do INPE, o número de queimadas no Pantanal aumentou mais de 1000% em comparação ao ano passado, com concentração dos focos de incêndio nas grandes propriedades da região, geralmente associadas à agropecuária extensiva que compõe o cerne do agronegócio. Além disso, na última quarta-feira (18), o jovem Neri de Souza, 23 anos, indígena Guarani e Kaiowá, foi assassinado pela Polícia Militar na Terra Indígena Ñanderu Marangatu, no município de Antônio João - MS. Esse mesmo município foi palco do assassinato de Marçal de Souza, liderança indígena também vitimada pelo agronegócio há 41 anos. No caso de Neri, o jovem foi vítima de um ferimento por arma de fogo letal em região occiptal - ou seja, na cabeça e pelas costas.

O assassinato de Neri ocorre num contexto de múltiplas ações violentas do agronegócio, com apoio das forças do Estado - como a PM e o DOF -, contra comunidades indígenas e movimentos do campo no estado de Mato Grosso do Sul. As áreas de retomada indígena, bem como as áreas de assentamentos e acampamentos rurais, têm sido constantemente atacadas por pistoleiros, tratores e, como ocorre em Ñanderu Marangatu, por policiais armados. Nos últimos dois meses, o PCB tem estado presente nas discussões e nas ações de apoio às comunidades atingidas, mas ainda é insuficiente. O cenário é desastroso e é imperioso que uma mobilização nacional - quiçá, internacional - ocorra para prestar suporte e fornecer mantimentos para as famílias afetadas, bem como para denunciar os crimes do agronegócio e frear o avanço dessa elite agrária genocida e ecocida que devasta Mato Grosso do Sul.

Durante o ato de hoje, foram lembrados os nomes de alguns dos indígenas assassinados, vitimados pelo agronegócio, nos últimos 40 anos. Dentre estes, citamos aqui: Neri Ramos, Marçal de Souza, Simeão Fernandes, Clodiodi Aquileu, Ñandesy Sebastiana, Ñanderu Rufino, Vadilson Candelário, Dorvalino Rocha, Damiana Cavanha. Não estão "presentes", estão mortos, assassinados, vitimados pelo agronegócio. Não esquecemos. Não perdoamos.

Pelo fim do agronegócio,

Pelo fim da polícia militar,

Pelo fim da burguesia e do Capital,

Pela revolução dos, com e para os povos das cidades, campos, florestas e águas.

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