Priscila - Membra do Comitê Regional do PCB-SP
O Novo Ensino Médio (NEM), amplamente criticado por alunos, professores e profissionais da educação, precarizou ainda mais a educação básica do país, impactando o já excludente acesso a universidade a partir dos vestibulares e do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
Nas cidades do estado de São Paulo, os alunos da rede pública estadual estão assistindo aulas que não são preparadas pelos seus professores: os professores, a partir de assédio moral e coerção, são obrigados a usar o material disponibilizado na plataforma "Centro de Mídias" em suas aulas.
Com erros que já viraram notícia nacional, esses materiais desconsideram a realidade da escola, estipulam atividades e cronogramas irreais e tornam as aulas cansativas, pouco atrativas e padronizadas. São 20 aulas no bimestre para determinada matéria? São 20 PDFs ou Power Point, todos com o mesmo padrão, milimetricamente pensado para dar errado. "Pesquise e discuta com os colegas"- tempo para essa atividade: 5 minutos. São 5 minutos para realizar uma pesquisa, em uma escola sem internet, incluindo o tempo para a discussão com toda a turma.
Mas, não se preocupe! Se a sala de aula não for suficiente, os alunos vão estudar a distância: plataformas privadas como "Me salva" e "Khan Academy", estão sendo pagas pelo governo para que os alunos as acessem e estudem em casa. Porquê investir em educação pública se podemos enviar verba para plataformas privadas, assediar os professores e obrigar que os alunos acessem?
A receita tem tudo para dar errado: itinerários formativos, redução da oferta de disciplinas básicas, plataformas digitais, materiais digitais padronizados, infraestrutura precária, corte de verbas, retirada de direitos dos professores e vestibular.
Não há liberdade para os professores, não há garantia de qualidade para os alunos!
O fracasso do Novo Ensino Médio reflete também no ensino superior: nesse mês de novembro os estudantes fizeram a prova do ENEM. Os alunos da rede pública, que estão estudando nos moldes no Novo Ensino Médio, disputaram uma vaga no ensino superior com alunos da rede privada.
Um exame excludente, digno de crises de ansiedade e medo, que não garante para os alunos da rede pública a continuação dos seus estudos, define quem poderá ou não ter acesso ao ensino superior.
Mais do que o direito a cotas, a nossa luta é pelo fim do vestibular!
O acesso à educação deve ser universal!
O Novo Ensino Médio, o recente projeto de corte de 5% nas verbas da educação no estado de SP, a perda acelerada de direitos dos professores, o repasse de verbas para setores privados, o baixo investimento na educação pública e a exclusão dos alunos por meio dos vestibulares, são produtos da precarização acelerada da educação básica e superior.
Educação não é mercadoria! Somente com a universalização do acesso ao ensino público, gratuito e de alta qualidade, com escolas bem equipadas e bons salários para os profissionais de Educação poderemos superar o quadro atual e avançar na construção de uma sociedade justa e igualitária.
O PCB convoca toda a sua militância do estado de São Paulo, para o dia 28 de novembro: Greve unificada contra as privatizações da Sabesp, Metrô e CPTM e contra os cortes no orçamento da educação em São Paulo.
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