
Revoga Já!: A resistência dos trabalhadores cearenses contra a chuva de veneno!
O Poder Popular - Ceará
Na manhã do último sábado (15), Fortaleza foi palco de uma importante mobilização. Diversas organizações sociais, partidos políticos, coletivos e representantes da sociedade civil se reuniram no Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil para debater e organizar a luta contra a lei que autoriza a pulverização aérea de agrotóxicos por drones no Ceará.
A escolha do local é simbólica: o sindicato, nesse caso, representa a união na luta comum dos trabalhadores urbanos e rurais contra a "chuva de veneno" que ameaça o estado.
A lei, sancionada pelo governador Elmano de Freitas (PT) no final de 2024, foi um verdadeiro "presente de natal" para os empresários do agronegócio. Com ela, o Ceará perdeu uma de suas principais conquistas: a lei Zé Maria do Tomé, que desde 2019 proibia a pulverização aérea de agrotóxicos no estado – até então, o único do Brasil a adotar tal medida. Ironicamente o próprio Elmano de Freitas foi coautor da lei Zé Maria do Tomé.¹
A pulverização aérea é mundialmente condenada por seus efeitos devastadores para os seres humanos e para a natureza. O veneno, disperso pelo ar, não atinge apenas as lavouras, mas também comunidades inteiras, intoxicando o solo, a água e as pessoas.
Trabalhadores rurais e especialistas² alertam para o aumento de casos de câncer, má formação congênita e outras doenças graves associadas à exposição a esses químicos. A revogação da lei Zé Maria do Tomé representa um retrocesso histórico e uma ameaça direta à saúde pública e ao meio ambiente no Ceará.
Zé Maria do Tomé, trabalhador rural e símbolo da luta contra a pulverização aérea no Vale do Jaguaribe, foi assassinado com mais de 20 tiros no dia 21 de abril de 2010, a mando de latifundiários da região. Sua morte, porém, não calou sua voz: seu legado segue vivo na mobilização popular.
Durante a reunião, os participantes definiram como encaminhamento a organização de um plebiscito pela revogação da lei. A palavra de ordem que ecoou no encontro foi clara: “Zé Maria, aqui estamos nós, falando por você, já que calaram a sua voz.” A mensagem é um chamado à resistência e uma homenagem à luta do líder assassinado.
Fontes:
Acompanhe todas as mídias do nosso jornal: https://linktr.ee/jornalopoderpopular e contribua pelo Pix jornalpoderpopular@gmail.com
- Editoriais
- O Jornal