Por Marcelo Chalréo - Militante do PCB no RJ

Hoje (14/05) é dia das mães, certamente as efemérides se espalharão por muitos e muitos lares com louvores, almoços e presentes, as mães merecem, é certo ! Contudo, em muitos e muitos outros lares não ocorrerão louvações, comida farta e mimos. Por ontem estive na manifestação do 13 de Maio realizado por mães de Manguinhos, nos limites da divisão da favela que leva este nome e da outra, o do Jacarezinho. Na véspera uma mãe chorava seu filho, assassinado ( auto de resistência - sic ! ) em uma das rotineiras incursões das forças de segurança naquela região do Rio. As mães de Manguinhos, Jacarezinho, Quintino, da Maré e outras favelas do Rio e da Baixada Fluminense estavam por lá, não tinham nada a comemorar, mas tinham muito o que registrar, protestar e continuar na luta por um mínimo de justiça. Muitas dessas mães, dessas localidades e outras, não resistiram as perdas dos seus entes queridos, foram apagando ao longo dos anos, umas por pura e simples depressão, outras por conta de doenças outras, surgidas ou potencializadas após a morte brutal e trágica dos seus e das suas. Sempre que posso vou a esse ato dessas mulheres, dessas mães, mulheres em sua grande maioria negras e pardas, é o mínimo de solidariedade que se pode ter com essas mulheres indizíveis que não cabem exatamente em pré conceitos. Mas, como volta e meia me ocorra, me vem à lembrança A Mãe, de Gorki. Acho que nenhuma delas já leu esse livro, mas de uma forma ou de outra, encarnam aquela mulher que já madura e oprimida supera todos o limites e se transforma, se transforma no sentido mais libertário possível, em uma revolucionária socialista e comunista. Longa vida às mulheres de luta !!!

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