Um primeiro de maio histórico na ocupação Dom Fragoso

Um primeiro de maio histórico na ocupação Dom Fragoso

Por: O Poder Popular ·

Equipe de Comunicação da OPA

“Não queremos a formação de pessoas pacifistas, que coexistem pacificamente com as injustiças e não reclamam contra ela, não lutam por medo, conveniência ou interesse. Queremos formar militantes, combatentes do Reino, lutadores da justiça.”

Dom Fragoso

Há exatos três anos, numa manhã de Primeiro de Maio, conhecido Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, nascia a Ocupação Dom Fragoso, na zona rural de Jaguaruana, pequena cidade do interior do Ceará.

Cada ano, na comunidade, as famílias camponesas se acostumaram  a fazer memória de seu aniversário, de sua luta, que se junta à luta de todo o povo, de todas as épocas, em todo o mundo.

Este ano, a atividade ganhou um caráter mais que especial, muito em virtude do momento de crise em que passa a humanidade, mas também pela carência de utopia e de combatividade em que se encontra mergulhada grande parte das mais conhecidas organizações originadas da classe explorada e oprimida. Em momento de tormenta no mar da esperança, as ilhas de labaredas do Poder Popular, espalhadas no Brasil e no mundo, mas ainda bastante dispersas, revigoram as entranhas da alma de quem trabalha e procura por um porto presente e futuro de vida plena para todas as pessoas do planeta.

A celebração, que durou cinco horas seguidas, logo ganhou contornos de fortalecimento da luta em defesa da Casa Comum, como o Papa Francisco chama a vida no planeta Terra. Por falar em papa, participaram evangélicos, gente sem religião, nove padres, diácono, seminaristas e leigos de dioceses diferentes do Ceará. Inclusive, esteve presente o padre Gel, de Crateús, que partilhou ensinamentos de Dom Fragoso, cristão lutador das causas populares, com quem conviveu por décadas.

DAP (Diálogo de Ação Petista), PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), PCB (Partido Comunista Brasileiro) e seus coletivos, Teia dos Povos, Cáritas, Movimento 21, FAFIDAM (Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos), CPT (Comissão Pastoral da Terra), estiveram bem representados juntos à companheirada de inúmeras comunidades, camponesas e da periferia urbana, da região e da capital. A presença diversa mostrou o que é a classe explorada e oprimida, o que é a construção do Poder Popular, o que pretende ser a OPA.

“O capitalismo é um sistema que desumaniza, que aleija, que assassina milhões, bilhões, mas ele não consegue enterrar nossa alma, nossa ânsia de construir uma sociedade que seja de dignidade para todas as pessoas. E esse é o medo que os donos do poder têm de nós. Esse é o risco que o sistema opressor corre. A Dom Fragoso nasce da luta pela terra, mas vai além! É pela terra, para plantar alimentos saudáveis, mas é também pela Terra, pela vida no planeta Terra, em defesa de nossas vidas, em Defesa da Casa Comum”, declarou Elisângela Gomes, moradora da comunidade e uma das coordenadoras da OPA.

O Primeiro de Maio na Ocupação Dom Fragoso foi histórico! Histórico pela simplicidade e criatividade do momento, própria da participação ativa do povo; foi histórico pela união dos de baixo e seus apoiadores, em construção cada vez mais ampla; pelo olhar para a vida local em consonância com a vida em todo o planeta; pelo fortalecimento da organização da classe oprimida e explorada, única possibilidade de libertação para toda humanidade. E, se os orixás, encantadas e encantados, se Deus quiser, e ele quer, eles e elas querem, com fé na luta e na organização de todo o povo, uma libertação que virá antes que os capitalistas acabem com tudo.

Amém! Axé! Auerê! Aleluia!

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