VIII CAMINHADA DA PAZ EM TUCANO: A VOZ DE JUSTIÇA TEM FORÇA

Por João Aguiar - Membro do Comitê Regional do PCB-BA e da coordenação estadual da UJC

No último domingo (12), familiares e amigos do ativista de Direitos Humanos, Pedro Henrique, e demais lutadores por Justiça na cidade de Tucano se reuniram para realizar a VIII Caminhada da Paz da cidade.

A Caminhada entoou a luta por Justiça a Pedro Henrique, assassinado em 2018 por policiais militares em sua casa. Os manifestantes com faixas e cartazes, entoando falas de justiça, também deram seguimento às bandeiras defendidas por Pedro, que em 2013 organizou a primeira Caminhada da Paz, tendo como objetivo mobilizar a comunidade de Tucano contra a violência racista exercida cotidianamente por parte de agentes do Estado.

A Caminhada foi um ponto de encontro de diversos movimentos, organizações e lutadores do Estado da Bahia que lutam contra a política de extermínio institucionalizada na prática da Polícia Militar e demais órgãos do governo do estado, que são incorporados na segurança pública. Em 2022, a Bahia chegou ao mês de dezembro com 3.798 vítimas de crimes violentos e com a maior taxa de mortes em ações policiais do país entre 2020 e 2022, segundo estudo da Rede de Observatórios da Segurança, 16% das operações policiais resultaram em mortes.

Desde 2011, o governo do Estado da Bahia aprofundou os níveis de organização da repressão às comunidades através do Programa Pacto pela Vida. Nos governos de Wagner e Rui costa, ambos do Partido dos Trabalhadores,  houve o fortalecimento do aparato ostensivo policial traduzido na concepção institucional de “repressão qualificada ao crime organizado”, concentrando os investimentos na segurança pública nos aparatos de repressão direta (como as Companhias Independentes) e no estímulo à violência (como o Programa de Desempenho Policial), que em contradição com a consígnia da vida, na verdade, desenvolve uma prática violenta de etiquetamento e operações de extermínio nas comunidades pobres do Estado em que o Estado ocupa belicamente – estas predominantemente negras e indígenas.

Nesse contexto de violência e guerra do Estado contra o povo, as lutas por Paz com Justiça firmam em largos passos uma necessidade histórica há muito encampada pelos movimentos populares da Bahia: o desmantelamento do aparato de repressão policial e suas respectivas legitimações institucionais, dando lugar à uma política de segurança pública pautada na proteção da vida, com papel autônomo de formulação e deliberação das comunidades.

Acompanhe aqui atualizações da luta Por Justiça à Pedro Henrique: https://www.instagram.com/justicaparapedrohenrique/

Publicado originalmente em: https://omomento.org/viii-caminhada-da-paz-em-tucano-a-voz-de-justica-tem-forca/

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