A Parada LGBT, eleições e representatividade

Por: Redação ·

Coletivo LGBT Comunista - SP

No último dia 19 ocorreu a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo com o tema: “Vote com orgulho - por uma política que representa”. A questão que se coloca é: o que é uma política que representa? O que seria votar com orgulho? O que seria um político que representa o orgulho LGBT? Estamos falando de representatividade? O simples fato de a pessoa ser LGBT faz dela alguém que nos representa? Qual o impacto disso na realidade material?

Podemos pensar, por exemplo, em nomes como Fernando Holiday (Novo) - homem negro e gay -, Eduardo Leite (PSDB) - gay - e Damares Alves (Republicanos) - mulher -, que estão no governo, carregam suas identidades, mas não as representam enquanto grupo político, por não pautarem soluções reais para as demandas específicas do grupo em questão. Portanto, estamos falando de uma representatividade esvaziada de conteúdo, que fica apenas na superfície e, quando eleita, costuma trair sua própria comunidade fortalecendo políticas que retiram seus direitos.

Já sabemos que a saída não é pela via institucional e que o fato de votar em uma identidade não significa nada se não vier acompanhado de um projeto político que vise emancipar a classe trabalhadora e, somente assim, superar as opressões de raça, gênero e sexualidade.

É importante votar em pessoas LGBT, negras e mulheres? Sim, mas isso não pode estar acima do posicionamento político dessas pessoas. Não podemos esquecer que a Parada LGBT deve ser um evento político e não meramente identitário. Por isso deve ser construída e permanecer numa perspectiva revolucionária e emancipatória, sem a qual, será sempre cooptada pelo discurso neoliberal e mercadológico. Portanto, votar com orgulho e em uma política que representa é votar em projetos revolucionários que representam a classe trabalhadora.

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