Correios lucra 2,3 bilhões em 2021, enquanto os carteiros recebem o menor salário dos empregados públicos federais
A notícia sobre o novo recorde de lucro da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é extremamente positiva, já que afasta de vez as mentiras repetidas durante os últimos 8 anos, onde difamavam a empresa e seus trabalhadores como causadores de prejuízo para os cofres públicos (uma mentira descarada apontada pelos que apoiam o atual governo e que querem entregar os Correios para os grandes capitalistas).
A ECT publicou no dia 17/03 que obteve um lucro liquido de 2,3 bilhão. Um lucro 50% maior do que o de 2020, que foi de 1,53 Bilhão. Lógico que a mudança de hábitos de consumo durante a pandemia impulsionou esse crescimento. Porém, o lucro é também fruto da superexploração dos trabalhadores.
Nos últimos 3 anos, os ecetistas têm sofrido constantes ataques que retiraram direitos históricos e jogaram os trabalhadores em uma situação lastimável. Em 2019 foi retirado o direito dos pais dos trabalhadores permanecerem no Plano de Saúde. Em 2020, mesmo com a pandemia, os trabalhadores sofreram um ataque que retirou 50 Cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho.
Foi retirado dos trabalhadores o Vale Peru, o ticket nas férias, foi reduzido os tickets refeição, reduzido os percentuais de dias de descanso trabalhados entre outras Cláusulas que significou na prática uma perda na renda dos ecetistas de cerca de 35%. Agora, com o anúncio dos lucros durante dois anos seguidos, os trabalhadores que fazem a realização do sucesso dos Correios na ponta merecem ter seus direitos reestabelecidos, sendo também oferecido um percentual na participação dos lucros.
É importante destacar que sem o esforço desses trabalhadores explorados com jornadas extenuantes, sem a abnegação dos ecetistas, o sangue e suor dessa categoria que vem lutando para não perder mais direitos é que o governo apresenta um lucro recorde.
ENQUANTO ISSO, O PROJETO DE PRIVATIZAÇÃO ESTÁ SENDO ABANDONADO
O Projeto de Lei 591, que trata sobre a privatização dos Correios, vem perdendo força no senado. A última bomba foi à saída do senador Márcio Bittar (União Brasil/AC) da relatoria do PL, pois não faz parte da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado.
A motivação da saída de Márcio Bittar da relatoria do PL ocorre por duas questões, segundo informações que circulam no Planalto. Primeiro pela saída do MDB, o que automaticamente o retirou da CAE, e por estar sentindo o abandono do projeto de privatização por parte do governo Bolsonaro. O líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE) evita levantar o debate sobre a privatização dos Correios.
O presidente da CAE, senador Otto Alencar (PSD/BA), ainda não designou um novo relator para a PL 591. Na avaliação política dos trabalhadores dos Correios, o processo de privatização dos Correios está naufragando, porém, não é prudente baixar aguarda. É preciso continuar a pressão para barrar a entrega dos Correios aos tubarões da logística.
- Editoriais
- O Jornal