O que pensar de quem manifesta indignação acerca do ocorrido em Guernica, em Lidice, no Gueto de Varsóvia, nos campos de concentração do Holocausto...
... mas mantém silêncio ou tergiversa acerca do que está ocorrendo precisamente agora, em Gaza, na Palestina ocupada?
Não duvido que, em algum momento do futuro, vários dos que hoje calam, inscreverão em suas memórias sua indignação - póstuma - com o ocorrido nos dias de hoje.
Vale dizer que não se trata apenas de uma questão política e moral.
Trata-se, também, de uma questão científica: os defensores do genocídio em Gaza falsificam e distorcem a história.
Me fazem recordar o que vi na África do Sul, num memorial dedicado aos que colonizaram as "terras virgens e desabitadas" da região onde hoje está aquele país.
Tudo isso para dizer que é muito importante que, em todas as universidades brasileiras, façam o mesmo que fizemos na Universidade Federal do ABC: quebrar o silêncio e tomar posição.
Abaixo, o texto assinado, em português, inglês, espanhol e árabe. Aproveito para pedir, caso haja alguma imperfeição na tradução, que nos avisem.
E quem quiser divulgar, pode utilizar o link abaixo:
PORTUGUÊS
Carta em solidariedade à Palestina, de 100 professoras e professores da UFABC
Um genocídio está sendo perpetrado na Palestina, neste exato momento, diante dos nossos olhos.
Em pleno século 21, um povo sob jugo colonial, expulso das suas terras, segregado, encurralado em bantustões, privado de água, luz, alimento e remédios.
O povo palestino está sendo bombardeado em seus bairros e abrigos, hospitais e templos religiosos.
Estes crimes de guerra são praticados pelo governo de extrema direita que comanda Israel, com o apoio do imperialismo estadunidense.
Exigimos que os bombardeios parem imediatamente, que se garanta a ajuda humanitária.
O governo brasileiro e as Nações Unidas devem contribuir para construir uma solução para este conflito, solução que garanta a autodeterminação do povo palestino.
É inaceitável que em pleno século 21 continue a existir um regime colonial.
Nos solidarizamos com o povo palestino e reafirmamos o que é dito pela Carta das Nações Unidas: povos oprimidos têm o direito de resistir e lutar por sua libertação.
Para acabar com a inaceitável violência é preciso acabar com a inaceitável ocupação.
PALESTINA LIVRE!
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