Governo da Venezuela tenta deslegitimar o PCV e sua direção através de falsos positivos
Tribuna Popular - Partido Comunista da Venezuela
Caracas, 05-09-2022 (Redação da Tribuna Popular)
Yul Jabour, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV) alertou sobre a operação de “falsos positivos” com o propósito de desprestigiar a organização, intervir judicialmente no partido do Galo Vermelho e remover a sua atual direção política.
Durante a coletiva de imprensa, Jabour recordou que, recentemente, durante seu programa semanal, o vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, disse que ao PCV haviam sido entregues alguns veículos e exigiu que fossem devolvidos.“Esses veículos que foram entregues ao Partido Comunista da Venezuela no contexto da campanha eleitoral de 2015 e que foram utilizados para realizar trabalho político, estão à disposição para serem repassados a Diosdado Cabello, que foi quem os encaminhou pessoalmente", disse Jabour.“Nós somos um Partido que tem se caracterizado pela luta consequente em defesa dos direitos dos trabalhadores. Nessa luta nós, as e os comunistas venezuelanos, jamais hipotecamos nossa linha política a governo algum. Este Partido jamais foi financiado nem recebeu dinheiro para seu funcionamento, nem para sua estrutura física. Temos sido consequentes: este é um partido incorruptível”, acrescentou.
O dirigente do PCV explicou que se trata de difundir uma matriz de opinião que aponta que o PCV tenha recebido recursos de maneira irregular.“Fez-se referência ao ex-presidente da PDVSA, Rafael Ramírez. Tudo isso é falso e sem qualquer fundamento. Isso não se sustenta, não tem nenhum tipo de embasamento", disse.Jabour enfatizou que essas manobras visam atacar a direção partidária "que tem sido consistente com seus princípios e com a linha estabelecida pelo Partido através de todos os mecanismos de debate, discussões e tomadas de decisão".
“Queremos ressaltar que, diante da defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras; que diante da política que assumimos na Assembleia Nacional com o nosso deputado, camarada Oscar Figuera, que tem sido a única voz dissidente e de oposição às políticas de rendição e reprivatização, procuram neutralizar o Partido Comunista”, destacou o dirigente.
Jabour: Se a instrução da ONAPRE não existe, quem ficou com o dinheiro dos trabalhadores?
Há poucos dias, a Sala Política Administrativa do Tribunal Superior de Justiça (TSJ) multou os acionantes de um dos recursos de nulidade contra a instrução salarial da Agência Nacional de Orçamento (ONAPRE); decisão que complementa a primeira, a qual declarou ser supostamente “inexistente” este documento responsável por rebaixar prêmios, salários e bonificações desde março deste ano.“Se a instrução da ONAPRE não existe, quem ficou com o dinheiro das e dos trabalhadores deste país?”, perguntou Jabour durante a coletiva de imprensa, para logo advertir que a sentença do TSJ que multa os demandantes “cria um péssimo precedente para a administração da justiça e do Estado de direito”. Neste contexto, o Partido Comunista da Venezuela adere à convocatória feita pelo Espaço Sindical Unitário para o dia 06 de setembro em frente ao Ministério Público para exigir a revogação do instrutivo ONAPRE e a libertação das e dos trabalhadores presos por lutar.
Campanhas de ódio na Argentina e na Venezuela
O PCV também expressou sua solidariedade com a vice-presidente da Argentina Cristina Fernández, diante da frustrada tentativa de assassinato realizada na última quinta-feira, 1º de setembro. “Esta tentativa de assassinato é produto de uma campanha de ódio promovida pelos setores mais reacionários e ecoada pelos meios de comunicação", disse Jabour, que alertou sobre estratégias semelhantes na Venezuela.
"Há uma campanha de ódio contra o PCV e o governo é obrigado a garantir a segurança do PCV, suas instalações, seus líderes e membros". "A partir do PCV assinalamos ao Governo, ao Presidente Nicolás Maduro e à direção do PSUV que o Partido Comunista da Venezuela não se ajoelhará perante o capital nem perantea burguesia", sublinhou o membro do Birô Político.
Jabour sublinhou que, apesar deste cenário de agressão, "o Partido Comunista da Venezuela continuará a defender os direitos dos trabalhadores e continuará a lutar pelo Socialismo". “Estes são os princípios que defendemos nestes 91 anos e que continuaremos a defender de forma consistente com as nossas vidas. Este é um partido que nunca se ajoelhou diante das agressões do imperialismo ou da burguesia; nem vai se ajoelhar jamais. Estamos seguros e sabemos qual é a madeira e a linhagem da qual se formam os comunistas venezuelanos”, concluiu.