Integrantes do Vai-Vai são alvos de repressão durante abordagem policial

Integrantes do Vai-Vai são alvos de repressão durante abordagem policial

Por: O Poder Popular · Foto: Jefferso Aguiar

Pedro Borges para o Alma Preta Jornalismo

Relatos contam que camisetas do Vai-Vai foram rasgadas por policiais durante abordagens; atos são vistos como uma represália depois da escola desfilar com críticas sobre a ação policial em SP

Integrantes da escola de samba Vai-Vai têm sido alvo de repressão por parte de policiais militares. Segundo relatos acessados pela Alma Preta, componentes uniformizados têm tido camisetas rasgadas.

Mensagens que circulam em grupos de WhatsApp pedem cuidado para os componentes da escola, em especial para aqueles que gostam de usar bonés e camisetas da agremiação da Bela Vista. Os relatos foram confirmados pela assessoria de imprensa do Vai-Vai.

Os recados contam que não é possível aceitar “qualquer abuso e desrespeito” com os integrantes da escola e pedem para as pessoas reunirem provas para denunciar a situação.

Os atos ocorrem depois que a escola, maior campeã da história do Carnaval de São Paulo, realizou neste ano um desfile com o samba-enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip-Hop: Um Manifesto Paulistano”. A agremiação homenageou o gênero musical com uma apresentação marcada por críticas sociais. Na ocasião, uma das alas que passou pela avenida foi a “Sobrevivendo no Inferno”, nome de álbum dos Racionais MCs, com alegorias em referência à violência policial.

A escola afirmou que o desfile foi uma manifestação cultural e que a arte tem o papel de fazer questionamentos sobre problemas sociais. Membros do grupo de rap, como Mano Brown, têm uma relação antiga com a escola.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da cidade, Ricardo Antunes, chegaram a criticar o desfile do Vai-Vai. Para Tarcísio, a escola não deveria ter pontuado por conta da crítica feita sobre a ação policial.

O Sindicato de Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) também se posicionou de forma contrária ao desfile, afirmando que se tratava de uma “demonização” da corporação.

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