JHC privatiza a cultura para seu próprio benefício

JHC privatiza a cultura para seu próprio benefício

Por: O Poder Popular ·

A Voz do Povo

JHC privatiza a cultura para seu próprio benefício: A nova vítima são os blocos das prévias carnavalescas de Maceió

Organizadores de blocos tradicionais como o “Coletivo Afrocaeté” e “No Escurinho É Mais Gostoso” lançaram notas oficiais comunicando suas respectivas ausências nas tradicionais prévias carnavalescas do Jaraguá Folia, no ano de 2024.

As notas denunciam o não-lançamento de editais para o financiamento dos blocos pela prefeitura de Maceió/AL. Recursos públicos para financiar blocos existiram, contudo, a prefeitura deixou de adotar critérios públicos e igualitários para a sua distribuição. O critério adotado foi o dos interesses imediatos, políticos e eleitorais do grupo político encabeçado pelo prefeito-propaganda João H. Caldas (JHC).

Na comemoração de 15 anos do “Cortejo Tia Marcelina”, o Coletivo Afrocaeté denuncia “a atual gestão, que justifica o gasto milionário e a importância da realização do Maceió Verão para a economia do município é a mesma que quebra uma tradição e faz com que centenas de trabalhadores da cultura fiquem sem uma das principais fontes de renda do ano: a prévia de carnaval”.

Ainda que blocos legítimos e históricos recebam recursos da prefeitura, o caso é mais uma das atrocidades cometidas contra a cultura e a gestão da coisa pública na capital alagoana. Os interesses de deputados/vereadores/prefeitos, as trocas de favores e a dominação realizada por meio do poder econômico e político no Brasil que possui tons mais dramáticos em Alagoas se intensificam em Maceió. Amigos do “prefeito-rei” receberão recursos para seguirem como subservientes cabos eleitorais nas eleições deste ano.

A Nota do Bloco “No Escurinho É Mais Gostoso” é precisa: “a FMAC vem se mostrando uma grande empresa de show, em que seu principal foco tem sido fortalecer o marketing pessoal do Prefeito JHC, através da venda de uma Maceió instagramável, de uma cultura restrita apenas à valorização de artistas de grande projeção nacional, com cachês quase milionários. Já a SMCEC (Secretária Municipal de Cultura e Economia Criativa) também não dá sinal algum em se preocupar com a perpetuação dos blocos nas prévias de Maceió – não há nenhuma política pública estruturante para este público.”

As “políticas culturais e turísticas”, desde o início do mandato de João H. Caldas, apresentam um único objetivo: a promoção pessoal do prefeito-instagramável.

Para uma prefeitura aficcionada por “pontos instagramáveis” gigantes, é mais um dos gigantes descasos e ataques contra a cultura maceioense.

A apropriação privada de recursos e interesses públicos ganha tonalidades mais graves em ano eleitoral. Desrespeitam-se quaisquer traços republicanos e de participação popular. Os agradecimentos dos artistas nacionais com cachê milionários e as aparições revelam quem é o dono da festa: o prefeito-instagramável e seus parceiros políticos. Mas, com os recursos públicos do povo trabalhador.

O povo maceioense pode e deve ter acesso amplo a artistas nacionais, mas o desrespeito à legislação municipal, à ausência de uma política efetiva de editais, além do descaso com os editais de legislação federal, como a Lei Paulo Gustavo e o total desrespeito com artistas locais (alguns não receberam o cachê devido por apresentações realizadas no São João de 2023) destroem e sufocam a cultura popular e democrática, danos que serão cada vez mais sentidos.

Enquanto isso, os órgãos de controle dormem furiosamente, talvez por terem aproveitado bastante nos camarotes do “Verão Massayó”. Neste cenário, somente a organização e a luta do setor cultural e das classes populares poderá funcionar como resistência à destruição e para pautar a construção de outras perspectivas para políticas culturais em Maceió e em Alagoas.

Editorial Voz do Povo.

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