João Pedro Teixeira, presente!

João Pedro Teixeira, presente!

Por: O Poder Popular ·

PCB Paraíba

Paraibano, militante do PCB e um dos maiores líderes da Ligas Camponesas no Brasil, João Pedro Teixeira foi assassinado com três tiros de fuzil a caminho de casa, em 2 de abril de 1962, emboscado por dois policiais militares e um jagunço que atuavam como capangas para o "Grupo da Várzea", corporação que atuou mais intensamente entre as décadas de 1950 a 1980 e unia duas grandes famílias latifundiárias da Paraíba: os Ribeiro Coutinho e os Veloso Borges.

Filho de camponeses, dedicava-se à lida no roçado e nas pedreiras da região, não tardando a rebelar-se contra a exploração capitalista.

Em 1945, quando foi morar em Jaboatão dos Guararapes (PE) com sua companheira Elizabeth Teixeira e seus filhos e filhas, trabalhou em uma pedreira em que, diante das injustiças, destacou-se como importante líder entre os trabalhadores, assumindo a presidência do recém criado Sindicado dos Operários.

Por causa de sua combativa militância passou a ser perseguido, tendo dificuldades em se empregar, o que fez com que retornasse à Paraíba com sua família para viver em Barra de Antas, no município de Sapé, numa propriedade da família de Elizabeth.

Lá, juntamente a figuras como o também comunista João Alfredo Dias, o "Nego Fuba", e Pedro Inácio de Araújo, o "Pedro Fazendeiro", fundou em 1958 a Liga Camponesa de Sapé.

A Liga Camponesa de Sapé, fundada oficialmente como "Associação dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas de Sapé", foi uma ferramenta política fundamental para a organização da classe trabalhadora no espaço agrário paraibano e, sob influência direta do PCB, chegou a ter, em seu auge, cerca de 13 mil associados, conforme apontam alguns pesquisadores do período.

As Ligas Camponesas foram uma resposta à contínua piora das condições de vida dos camponeses nos anos de 1940 e 1950, que incluiu, entre outras coisas: o avanço das terras para cultivo da cana de açúcar; a cobrança do "cambão", perversa relação de produção que impunha forçadamente aos camponeses alguns dias de trabalho não-remunerados nas grandes propriedades; e a própria expulsão de trabalhadores e trabalhadoras da terra.

Por seu papel na agitação e mobilização da classe trabalhadora, passou a ser alvo de constantes ameaças dos latifundiários da região. Tais ameaças se concretizaram em 02 de abril de 1962, quando João Pedro foi assassinado em uma emboscada na estrada entre Café do Vento e Sapé, fato que gerou grande comoção e revolta entre os trabalhadores e trabalhadoras do campo.

Com o acirramente da luta de classes no campo paraibano, Elizabeth Teixeira e seus companheiros de luta Nego Fuba e Pedro Fazendeiro seguiram com a luta de João Pedro na Liga Camponesa de Sapé, que viu suas fileiras engrossarem consideravelmente naquele período.

Apenas o golpe empresarial-militar de 1964, com sua perseguição aos movimentos populares, conseguiu brecar o avanço da Liga, assassinando Nego Fuba e Pedro Fazendeiro e condenando Elizabeth a viver por anos na clandestinidade.

61 anos depois de sua morte, ainda é necessário reivindicar a verdadeira natureza da militância política do camarada João Pedro Teixeira: a construção do socialismo no Brasil.

Herói do povo brasileiro, foi um aguerrido e incansável militante comunista, fato que não raramente é seletivamente ocultado de sua história.

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