Lições da tentativa de golpe fascista

Lições da tentativa de golpe fascista

Por: Redação ·

Gerardo Santiago - é Aposentado do BB, Ex-Diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Militante do PCB e da UC.

Uma lição a ser tirada da intentona fascista de 08/01/2023 é que a política de "paz e amor", conciliação, "o amor vai vencer o ódio", fracassou.

Durante mais de dois meses os comandantes militares protegeram, acobertaram e apoiaram os acampamentos golpistas nas portas dos quartéis. Um general da ativa chegou a fazer discurso de apoio aos acampados, em Fortaleza. O indefensável ministro da Defesa de Lula, José Mucio, declarou que essas eram "manifestações democráticas" e que o genocida derrotado nas urnas em outubro é um democrata. O novo governo apostou que o movimento golpista se esvaziaria naturalmente e perdeu a aposta.

Na verdade, era mais do que previsível que a estratégia de apaziguamento do fascismo não funcionaria no Brasil de hoje, assim como nunca funcionou antes, em lugar nenhum do mundo, é o que nos ensina a História, ainda que alguns teimem em não aprender. Tentar apaziguar o fascismo é como fazer cafuné numa serpente esperando que ela ronrone como um gatinho, não vai rolar, ela vai morder, é de sua natureza.

Insistir nessa estratégia (apaziguamento) será um grande e perigoso erro. O povo brasileiro deve cobrar de Lula pulso firme e a máxima dureza contra os golpistas. Hoje o bolsonarismo está isolado internamente e também internacionalmente, o que abre uma oportunidade histórica de esmagar a cabeça da serpente fascista, não aproveitá-la seria um desastre, numa metáfora futebolística seria como perder um penalti.

O patético José Mucio precisa ser demitido e substituído por um ministro que represente e exerça a autoridade constitucional do governo sobre as Forças Armadas e não que seja um moleque de recados dos generais para encaminhar o que eles queiram ao governo. Os militares, tanto da ativa como da reserva, que apoiaram o movimento golpista tem que ser exemplarmente punidos nos termos do Código Penal Militar e do Regulamento Disciplinar do Exército ou da força a que pertençam. O mesmo deve valer para os policiais de qualquer corporação.

Bolsonaro precisa ser responsabilizado política e juridicamente pela intentona, além de responder pelos inúmeros crimes cometidos durante o seu mandato, junto com os outros criminosos que compunham o seu governo de trevas e com a rede de delinquentes cibernéticos chefiada por Carlixo.

Não se pode deixar que parlamentares se escondam atrás de suas prerrogativas e pastores atrás da liberdade religiosa para cometer crimes e tentar suprimir as liberdades democráticas do povo brasileiro, como vimos recentemente, eles tem que responder pelo que fizeram.

Para que isso aconteça, para que o Brasil consiga exorcizar o espectro fascista que o ameaça, é preciso que o povo tome as ruas, rechaçando o golpismo bolsonarista e exigindo severo castigo para os golpistas. Falo de um povo mais pobre, mais jovem e de pele mais escura que esse aí das micaretas fascistas, de classe média ou alta, meia idade e majoritariamente branco. Falo da verdadeira maioria do povo brasileiro, das massas populares, para as quais se trata não apenas de combater o fascismo como de recuperar os seus direitos sociais e trabalhistas tungados pelas "reformas" antipopulares de Temer e Bolsonaro.

Pulso firme, presidente Lula! Sem conciliação com o fascismo! Sem perdão! Sem anistia!

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